As mudanças propostas pelo governo do estado na estrutura de cargos vai gerar aumento de R$ 9 milhões na despesa com pessoal. As alterações integram o pacote de austeridade enviado pelo governador Rui Costa (PT) à Assembleia Legislativa com o objetivo de cortar custos e evitar um colapso nas contas do estado.
Contudo, um estudo ao qual o CORREIO teve acesso com exclusividade aponta que a medida, ao invés de economizar, vai provocar aumento de custo. O projeto prevê a extinção de pouco mais de 1.800 cargos e a criação de cerca de outros 1.600.
Por mês, o custo do governo com pagamento de salários com os atuais 1.800 cargos é de R$ 1,6 milhão, enquanto com os novos cargos criados esse valor sobe para R$ 2,3 milhões. O aumento é de R$ 755,5 milhões por mês.
O estudo foi feito por técnicos em finanças que analisaram o projeto de lei do governo e compararam os cargos por meio da tabela de remuneração do estado.
A maioria do cargos que estão sendo extintos são de classificações mais baixas, com salários menores. Serão cerca de mil cargos que recebem a remuneração mínima do estado, que tem a rubrica de DAI-6.
Por outro lado, o governo cria quase 300 cargos para a rubrica DAS-3, cuja remuneração mensal é de R$ 2,3 mil. Cria ainda um cargo de DAS-1, que tem o maior salário dentre eles de R$ 16 mil.
Deputados da oposição, que tiveram acesso ao estudo, criticam a proposta de Rui e colocaram em dúvida a austeridade pregada pelo governo. “Tive acesso a um estudo que trata dos cargos e o estado vai ter um aumento de custos de R$ 9 milhões. Isso é, no mínimo, absurdo”, disse o líder da oposição, Luciano Ribeiro (DEM).