Nos últimos meses, conforme dados da Delegacia de Furtos e Roubos de Vitória da Conquista, cidade do sudoeste da Bahia, uma média de 30 casos de golpes cometidos por estelionatários foram registrados na região.
De acordo com o delegado Nei Brito, pelo menos um caso é registrado por dia aqui na Delegacia de Furtos e Roubos, uma média de 30 casos por mês.
“Uma pessoa que no momento está em outro estado, em outra localidade, na maioria das vezes consegue um DDD 77 e engana duas pessoas aqui da região da cidade de Vitória da conquista e faz com que seja feito um depósito em nome de terceiros e a outra pessoa naturalmente fazer a transferência do veículo sem consultar e verificar se realmente a pessoa”, alertou o delegado.
O delegado também orientou que é preciso ficar atento e não fazer nenhum tipo de transferência bancária sem ter certeza de que o negócio realmente é seguro.
“Essa é a primeira formação. A segunda quando você receber o dinheiro na sua conta, o depósito, você só faz a transferência do veículo depois que você confirmar realmente com o banco que [o dinheiro] ele entrou em conta, porque eles enviam aqueles recibos falsos, são falsos depósitos”, recomendou o delegado.
Fugindo do golpe
“Ele pergunta detalhes do carro, se o carro foi batido, se não foi, se foi emplacado, se é o primeiro dono, segundo dono, quilometragem, se tem desconto, qual o menor preço à vista, e aí ele vai fazendo muitas perguntas de modo que você realmente ache que é uma pessoa que está interessada em comprar”, contou um empresário que não quis se identificar e quase caiu no golpe.
Na sequência, depois de pedir todas as informações, o empresário afirmou que o rumo da conversa mudou totalmente. Durante o fechamento da compra do veículo, o suspeito fez um pedido completamente inesperado, e afirmou que, na verdade, iria comprar o carro pra pagar uma dívida.
“Chegou um ponto que ele fala que gosta do carro, que vai ficar com carro, só que o seguinte: ‘Eu tenho um sócio, eu tinha uma sociedade, a gente reator essa sociedade e eu fiquei com a dívida com meu sócio. Eu tenho que pagar uma continha para ele, eu estou vendo o seguinte, eu mandei essas fotos do seu carro para ele e aí ele disse que gostou do carro e eu tenho condição de passar o meu carro por um valor mais alto para ele e eu te pago o que você está pedindo. Você me ajuda, eu economizo e não tem problema nenhum, porque eu vou pagar o carro de qualquer forma’, relatou o empresário sobre como foi o golpe.
O empresário ainda detalhou que só conseguiu fugir do golpe, porque percebeu a tempo.
“Ele pediu: ‘Vamos marcar logo cedo amanhã e eu já te pago’. Aí eu falei: ‘Moço, se a gente marcar 8h na porta do cartório para transferir, você vai transferir o dinheiro para mim como se o banco 8h nem está aberto? Você não vai conseguir fazer um TED nesse valor ou você vai me pagar esse valor todo em espécie?’ E ele completou: ‘Não, não, eu tenho como pagar’. Aí eu falei: ‘Moço, esse negócio não está muito certo”, contou.