O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae) divulgou uma nota em que acusa o prefeito de Vitória da Conquista de falar em “privatizar a água de Vitória da Conquista para desviar atenção da má gestão municipal”. No texto encaminhado à imprensa, o Sindae diz que “algo de muito estranho existe na vontade do prefeito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão, de querer privatizar os sistemas de água e esgotamento sanitário, uma vez que a cidade é a mais bem dotada desses serviços no Norte e Nordeste e chegou a ocupar a quarta colocação nacional (ranking da Transparência Brasil, de 2016)”
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae), caso a decisão de privatizar a água seja efetivada, a população sofrerá graves consequências. “No mundo inteiro onde houve privatização as tarifas tiveram aumentos abusivos e a qualidade do serviço caiu. A tal ponto que atualmente na Europa existe uma onda de retomada dos serviços das mãos de empresas privadas”, diz o Sindae
O texto ainda diz que “a Prefeitura tem responsabilizado a Embasa por esgoto a céu aberto, quando, na verdade, se trata de águas servidas que deveriam correr na rede de drenagem, mas que não correm por inexistência de rede ou por rede entupida, inclusive por lixo não coletado, uma atribuição que é da Prefeitura”. O Sindae informa ainda que, para privatizar, o prefeito teria de pagar uma indenização superior a 1 R$ bilhão pelos ativos da Embasa (redes, estações de tratamento etc) e ainda teria de comprar água nos municípios possuidores das barragens e mananciais hídricos que abastecem Vitória da Conquista.
O Sindae afirma também que o prefeito está discutindo a privatização da água com uma empresa de consultoria que tem como clientes a Aegea, uma das maiores empresas privadas de saneamento do país e cita que a Aegea opera o sistema de Manaus (AM).”A população conquistense deve se precaver, pois os serviços de Manaus são um péssimo exemplo: privatizado há 17 anos, é pequena a rede de água, não chega a um terço a coleta do esgoto e desse total apenas 10% são tratados. Definitivamente, Vitória da Conquista não merece isso”, diz a nota.