O estudo recém-divulgado Por que o Brasil vai mal no Pisa? Uma análise dos Determinantes do Desempenho no Exame, mostra que o baixo desempenho dos alunos brasileiros na principal avaliação da Educação Básica, o Pisa, acontece porque a maioria deles piora a performance ao longo do exame ou sequer consegue chegar ao final dele.
Mais que dificuldades com o conteúdo, os dados indicam que a ausência das chamadas habilidades socioemocionais – por exemplo, perseverança, autocontrole e resiliência do aluno na hora de fazer as provas – parece ter na performance dos alunos brasileiros.
Pesquisa Nacional sobre habilidades socioemocionais – No Brasil, também foi publicada recentemente a primeira pesquisa nacional sobre o impacto do ensino de habilidades socioemocionais em estudantes brasileiros. Conduzido pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o estudo avaliou 9,6 mil estudantes entre 10 e 17 anos que participaram de programa de aprendizagem socioemocional em todas as regiões do país.
A UFRJ acompanhou durante o período de um ano um grupo de 9,6 mil estudantes entre 10 e 17 anos que participaram Muito se fala nas redes sociais sobre habilidades socioemocionais. Expressões como resiliência, empatia e trabalho em equipe são questões que influenciam a vida das pessoas. Por isso, uma nova ferramenta educativa nas escolas tem sido usada: as chamadas soft skills.
Essas habilidades de comportamento ajudam os alunos de ensino fundamental e médio no desenvolvimento pessoal para enfrentarem o mercado de trabalho. Escolas brasileiras já adaptaram o estilo empreendedor da ferramenta DreamShaper à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para levar além do ensino técnico para os estudantes.
O gerente de operações da DreamShaper, Felipe Rodrigues, explica como essa ferramenta pode ser útil para os adolescentes desde a convivência na escola.
“Nas escolas, as habilidades socioemocionais ajudam os alunos a terem uma relação melhor, seja com os próprios colegas ou com os professores. Eles acabam se tornando mais abertos a novas experiências e descobertas. Eles passam a ter um papel mais ativo no seu próprio aprendizado, uma melhor concentração, maior planejamento.”
Um estudo encomendado pela Fundação Lemann foi realizado para medir o impacto social da plataforma. Os resultados mostraram que os alunos de ensino fundamental e médio que usaram a ferramenta durante um ano aumentaram a capacidade de organização e planejamento em 54%, a concentração em 51% e a criatividade em 58%. Já a orientação para o futuro profissional cresceu em 65%.
O trabalho da ferramenta não é realizado de forma avulsa. Os professores recebem a orientação de como guiar os estudantes. Por isso, Felipe Rodrigues fala sobre a parceria que foi feita com o governo.
“O nosso trabalho com as escolas de ensino fundamental e médio públicas, elas partem de um apoio e de uma parceria com as secretarias estaduais de educação propriamente ditas. Então, a gente, em conjunto com essas secretarias, determina quais as regiões e quais as escolas que irão participar desse programa. É uma decisão em conjunto com a secretaria e com os demais parceiros que a gente possui.”
A DreamShaper já está no Brasil desde 2015. Mais de 20 mil jovens já passaram pelo processo de conhecimento das soft skills. Segundo a empresa, é possível que o número chegue a 250 mil até o final deste ano.
Reportagem, Sara Rodrigues