Eduardo Marinho bem que poderia ser um executivo de sucesso, um militar ou mesmo um Juiz de Direito. Marinho frequentou as melhores escolas, passou em concorridos vestibulares de Universidades famosas, como a PUC. Nasceu em uma família abastada e foi bancário, militar e até estudante de Direito, mas largou tudo e… escolheu não ter que “vencer na vida”. Tal como Siddhartha Gautama, o Buda histórico, saiu de casa para buscar um sentido para a vida e experimentar o que era não ter nada. Chegou a dormir em cima de papelão nas ruas. E toda essa experiência reflete hoje em seu trabalho como artista.
Em uma breve passagem por Vitória da Conquista na noite desta segunda-feira (18), Eduardo Marinho fez o que melhor sabe: filosofou no meio da rua, deixando dezenas de pessoas boquiaberta com sua lucidez e uma visão da sociedade que faz com que seus interlocutores se sintam fora da “Matrix” do sistema capitalista no qual somos meras peças da engrenagem.
Em uma entrevista exclusiva ao Blog do Caique Santos, Eduardo Marinho falou sobre arte, modelo de sociedade, capitalismo,educação, corrupção e ideologias. Apesar de ter um discurso extremamente crítico ao capitalismo e dizer que a Direita mente ao dizer que “basta trabalhar duro” para “vencer na vida”, o artista não tem medo de “puxar a orelha” da velha esquerda brasileira.
“A esquerda tem um modelo de sociedade para apresentar, um modelo menos desigual e tal, mas ela apresenta de uma forma tão arrogante, tão distante da base, tão distante da linguagem popular, ela se sente, vamos dizer, superior ao povo e isso cria um patamar inalcançável. Se a esquerda tivesse humildade e se misturasse e percebesse que pode aprender muito mais com o povo do que com os teóricos de outros séculos e de outros continentes, de outras situações sociais, tem muito mais a aprender com a sabedoria popular, talvez assim pudesse criar consciência para que pudesse haver um movimento realmente consistente. Hoje a esquerda eu vejo atarantada por aí, porque as teorias dos europeus não funcionaram, e não funcionam, eles ficam repetindo a mesma coisa, o mesmo linguajar, sempre vendo os mais pobres como inferiores (…) os caras pretendem mudar uma sociedade que induz ao conflito, ao confronto e a disputa, conflitando, confrontando e disputando. Não percebem que as instituições são todas muito bem controladas e influenciadas pelos poderes banqueiros mega empresariais”, disparou Marinho.
OUÇA A ENTREVISTA COMPLETA :
No próximo dia 18 de agosto Eduardo Marinho estará novamente em Vitória da Conquista participando do I Encontro de Humanização da Bahia, promovido pelo Instituto Religare no auditório da UFBA. Faça sua inscrição clicando aqui