José Dirceu, ex-ministro de Lula e ícone do PT passou despercebido em Vitória da Conquista (BA). Dirceu veio fazer a divulgação do livro “Zé Dirceu – Memórias volume 1” na quarta-feira (18), no Auditório do SIMTRACOM – Sindicato dos Trabalhadores na Industria da Construção Civil e da Madeira de Vitória da Conquista. O vereador Professor Cori (PT) foi um dos organizadores da vinda de Dirceu.
A passagem de um dos pilares do escândalo do Mensalão e do começo da derrocada petista não despertou o interesse da imprensa de rádio e TV, nem mesmo dos petistas de Vitória da Conquista. De acordo com o jornalista Frarlei Nascimento (Blitz Conquista), os deputados Waldenor Pereira Lula e José Raimundo Fontes Lula, bem como os demais vereadores petistas da cidade, não foram prestigiar o “companheiro”.
Sobre o livro
O livro é um relato com detalhes, lugares e nomes desde a época de seu envolvimento com o movimento estudantil e guerrilhas. De acordo com a Folha,o leitor que buscar no livro “Zé Dirceu – Memórias volume 1” informações sobre seu envolvimento com o mensalão ficará frustrado. Dirceu insiste que não tinha nada a ver com o que seus aliados no partido faziam enquanto ele ajudava Lula a governar.
Ele se descreve como um auxiliar leal, mas não faltam demonstrações de mágoa e ressentimento. Impedido de discursar na comemoração da vitória de Lula em 2002, ele diz que pensou em se retirar e conta que depois precisou esperar 40 dias até o presidente eleito definir a posição que ocuparia no novo governo.
Dirceu também opina sobre os integrantes do Supremo no livro. Diz que participou das articulações que levaram à indicação de três dos atuais ministros, Cármen Lúcia,Luiz Fux, Dias Toffoli, que foi seu ex-assessor e hoje é o presidente do STF.
Ele estava longe do governo quando Fux chegou ao tribunal, nomeado por Dilma Rousseff, mas promete falar dele no segundo volume das memórias: “Um ‘case’ de como erramos e feio nas indicações, ao ponto de sermos enganados por um charlatão togado.”
Dirceu afirma que já começou a escrever o próximo livro e promete lançá-lo em 2019. Ele anuncia que fará um balanço do governo Dilma e do processo de impeachment, da Lava Jato e de suas relações com empreiteiras e fornecedores da Petrobras, para quem afirma ter prestado “legítimo trabalho de consultoria”. (Folha de SP)