Há quatro anos, a carioca Andréa Mello, 50, superou a alergia a pelos de animais adotando a vira-latas Meg, uma gata que estava prenha e abandonada nas ruas de Bangu, na zona oeste do Rio. Superadas as reações alérgicas, a empresária, hoje conhecida como mulher-gato, abraçou a causa animal e trabalha pelo bem-estar de cães e gatos, financiando adoções, castrações e até adestramento.
A paixão de Meg por seus três filhotes fez com que Andréa investisse em um ambiente todo especial para seus quatro “filhos felinos”, e ela decidiu alugar um apartamento exclusivo para os gatos viverem. O imóvel, com sala, dois quartos, um deles suíte, cozinha, banheiro, varanda e vista para o mar, fica na Barra da Tijuca, bairro de classe média alta na zona oeste do Rio.
O investimento é a comprovação de que, no mundo dos pets, a crise não chegou. Pelo contrário, o segmento não para de crescer. O Brasil é o segundo maior mercado para pets do mundo (só perde para os Estado Unidos), segundo levantamento da Euromonitor International, e as projeções são de mais crescimento. “Gasto mais de R$ 10 mil por mês promovendo conforto e saúde para os bichos.”
Além dos meus filhos felinos, mantenho mais quatro cães hospedados e duas gatas, uma hospedada e outra em lar temporário, que podem ser adotados”, conta Andréa, que brinca e diz que se sente investigadora do FBI (polícia federal americana) quando avalia a ficha de um candidato à adoção.
“Caso seja aprovado, e meus critérios são altos, eu pago a castração e a primeira consulta do veterinário em casa. Para os cachorros, ainda financio adestramento”, completa. Andréa promove a adoção dos bichos pelo Instagram.
A população pet no Brasil é de aproximadamente 141,6 milhões de animais, um crescimento de 1,70% frente a 2018, quando foram contabilizados 139,3 milhões de animais. O número de cães no Brasil subiu 1,7% de 2018 para 2019, de 54,2 milhões para 55,1 milhões. Os gatos apresentaram crescimento declarado de 3%: de 23,9 milhões para 24,7 milhões de pets felinos. E de acordo com o Instituto Pet Brasil, o mercado pet deve confirmar um crescimento de 13,5% em relação a 2019, com faturamento geral de cerca de R$ 40,1 bilhões. A previsão era de alta de 6,25%. Os números de 2020 ainda não foram oficializados devido à pandemia.
Um dos segmentos que ganha força é o comércio on-line, um dos principais aliados dos consumidores durante o isolamento social. “As lojas e clínicas veterinárias se adaptaram ao e-commerce, mas entendemos que, passados os primeiros meses da crise do coronavírus, os consumidores voltaram a comprar em volume convencional nas lojas físicas”, avalia o presidente-executivo do IPB, Nelo Marraccini
“Apesar das turbulências econômicas, o setor se manteve resiliente. Por ser bastante pulverizada, a rede de varejo permite que sempre haja um estabelecimento pet perto das famílias. E, mesmo optando por produtos mais em conta, os donos de animais de estimação não deixam de oferecer produtos adequados para tamanho, idade e espécie”, prossegue o representante do Instituto Pet Brasil.
Fonte: Metrópoles