O diretor-presidente da Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac), Jaimilton Gusmão, detalhou os motivos do cancelamento da 52ª Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista.Em entrevista cedida ao radialista Isaac Cabral, no Programa ‘Bem Bolado’ (Melodia FM), Gusmão disse que a Exposição de Conquista em 2018 custou 1 milhão de reais. “A gente só arrecada recursos de três formas, alugando o espaço, com a bilheteria e com o patrocínio. O aluguel do espaço tem praticamente 5 anos que não é reajustado porque passamos por uma crise e não adianta, os restaurantes este ano pagaram menos que no ano passado. A bilheteria foi um fracasso”, explicou.
Jaimilton também apontou como outros fatores, a ausência de “três grandes parceiros”, que se prontificaram a patrocinar o evento e a falta de apoio dos governos estadual, municipal e até parlamentares estaduais da região . “Foi feita uma emenda parlamentar do Deputado Zé Raimundo para apoiar o evento agropecuário, a informação que a gente tem é que esse recurso já tinha sido liberado, mas até hoje não foi repassado. O governo do Estado falhou, é preciso que se reconheça isso”. O presidente da Coopmac frisou que a responsabilidade para com o evento é de toda a sociedade e também do poder público municipal. “Era preciso apoio financeiro também da Prefeitura. Se não houver o apoio do governo municipal a Exposição não acontece. O prefeito sabe disso, a primeira pessoa que eu fui falar, que precisava de recurso, foi ele”, revelou. “O evento agropecuário faz parte da tradição da cidade, da Cooperativa, mas eu gostaria de dizer que não é uma obrigação da cooperativa, a gente não pode arcar com esse evento sozinho”, disse.
Nas 51 edições, a Exposição foi responsável por impulsionar o pequeno e grande produtor, além de servir de vitrine para a região. Na programação, o evento reunia exposição de animais, leilões, curso e movimentava o negócio da região. Para a edição de 2019, era esperada a movimentação de mais de R$ 100 milhões em negócios, com a presença de mais de 400 expositores de 12 estados do país.
Avenida do Café – Questionado sobre a declaração do prefeito Herzem Gusmão à rádio Clube, de que a realização da Exposição não poderia ser condicionada à construção da Avenida do Café, Jaimilton disse que “a avenida é um projeto do próprio prefeito” e que nunca houve esse condicionamento. “Todos sabem que a promessa de prolongamento da Leôncio Santos foi um compromisso de campanha que o prefeito teve, inclusive comigo e com toda a nossa diretoria. Nós tínhamos um débito com o município, de IPTU e outros impostos, que foram pagos numa dação em pagamento, desse prolongamento da Leôncio Santos, que foi assinado com Dr. Guilherme, mas não foi com Dr. Guilherme, foi com a Prefeitura, não com uma pessoa, mas com um governo, foi um compromisso de campanha de Herzem, não sei como que está o caixa, mas acho que a prioridade dele não é essa, mas nunca houve nenhum tipo de coação, de chantagem ou condicionamento”, disse.
Embrapa Café – Apesar da decepção com a não realização da Exposição, pela primeira vez na história da cidade, Jaimilton se mostrou otimista com o futuro do agronegócio local em 2019. “A Cooperativa vai fazer 59 anos em outubro e ela nunca conseguiu comercializar uma saca de café de nenhum associado e a partir de janeiro nós iremos comercializar, estamos montando um departamento de café especial para um mercado super rigoroso, super qualificado (…) isso vai ser a guinada na nossa economia, com a vinda da Embrapa Café, tem 4 multinacionais que estão vindo para se instalar em Conquista, porque nós já anunciamos que iremos comercializar o café”.