Na rodada de negociações ocorrida nesta quarta-feira (20) entre representantes dos professores municipais e da prefeitura de Vitória da Conquista não houve acordo.
O QUE A PREFEITURA OFERECEU:
O governo Herzem, que na última negociação disse que daria 0% de aumento, desta vez propôs reajuste de 2,7%, baseando-se na inflação no país e ainda aumento de 5% no vale alimentação dos servidores municipais – R$ 12,50 para os trabalhadores com 40 horas de serviço e R$ 6,25 para 20 horas – propondo que esse valor seja incidido somente a partir do mês de agosto.
Além disso, o governo aceitou a criação de uma comissão tripartite para que seja discutida a reestruturação do plano de carreira dos professores e a construção do plano de carreira dos monitores. Essa comissão será composta por representantes da categoria, governo municipal e Câmara de Vereadores
Segundo o secretário de Administração, Jonas Sala, os tempos mudaram e as perspectivas desse ano são diferentes das que aconteceram em 2017. O governo alega que não tem como dar um aumento maior que os 2,7% por conta em função da LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal.
O QUE DIZEM OS PROFESSORES:
A presidente do SIMMP, Ana Cristina Novais, afirma que, um repasse salarial abaixo do valor de 6,81%, que é proposto e garantido através do FUNDEB desde janeiro deste ano, é uma tentativa de quebra da tabela do profissional da educação. “Essa recomposição de 2,7% não atende a categoria, sendo um desmonte de carreira do profissional da educação. Nós reivindicamos o repasse do FUNDEB mais o ganho real, principalmente porque nossa tabela não atende mais às expectativas de formação da categoria, composta por apenas dois níveis”, enfatizou a presidente.
Ana Cristina disse que a base não aceitará o reajuste proposto. “Esperamos que o governo repense sua forma de investimentos e de gastos, de maneira a atender a categoria e proporcionar um reajuste que contemple nossas necessidades, ou no mínimo, respeite o repasse do FUNDEB”, afirmou.
PROFESSORES TAMBÉM QUEREM MUDANÇAS NA POLÍTICA EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO
Para a secretária geral, Ruth Trindade, o reajusta não é o único anseio da categoria, mudanças na política educacional também fazem parte da pauta. “Essas mesas de negociação deverão ser contínuas e permanentes (…)O que está sendo feito para melhorar a qualidade da educação? Não nos prenderemos a apenas uma pauta, mas discutiremos todos as reivindicações necessárias”, afirmou.
A categoria não descarta a possibilidade de deflagração da greve, que poderá ser definida após o recesso escolar. A próxima rodada de negociações está agendada para terça-feira, dia 26 de junho.