Alvo de denúncias no Ministério Público do Trabalho, a Prefeitura de Vitória da Conquista continua em “pé de guerra” com os professores e monitores municipais. De acordo com Ana Cristina, presidente do Sindicato do Magistério Municipal de Vitória da Conquista – SIMMP, mesmo os professores repondo 23 dias por conta dos 15 dias de uma greve que não foi considerada ilegal, ainda assim, a prefeitura não efetuou a reposição salarial.
Para Ana Cristina, o motivo da não reposição seria um “revanchismo” do prefeito Herzem Gusmão contra a categoria, que segundo ela, ajudou-o a se eleger. “Nossa gestão em 2018 experimentou o que é um governo autoritário, ditador, que não conversa. Eu tenho 18 anos de rede, nunca tive o meu salário cortado e já fiz greves. É inacreditável que no século XXI a gente tenha que conviver com esse tipo de retaliação. Nossa greve foi legítima, julgada legal, porque tinha questões importantes, como a quebra da carreira, a Justiça não concedeu nossa greve como ilegal, Quando o professor e o monitor tiveram seus salários cortados, já tinham retornado da greve, já estavam em sala de aula”, disse a presidente do SIMMP em entrevista exclusiva ao Programa Bem Bolado (Melodia FM) do radialista Isaac Cabral.
Ana também sinalizou a possibilidade de nova paralisação. “Não havendo garantia de reposição salarial, não haverá reposição de aula. Inviabilizaria o ano letivo, Seria uma situação simples de resolver, bastava deixar de calundu, de picuinha, de revanchismo e resolver. Basta que o governo municipal queira”, revolta-se a sindicalista. A Ata da Assembléia com a ameaça de nova greve foi encaminhada à Secretaria de Educação na sexta-feira da semana passada.
MPT – Nesta quarta-feira (12),o Ministério do Trabalho deverá fazer uma intervenção no caso para apurar denúncias de perseguição administrativa por parte da Prefeitura Municipal contra os grevistas. O vereador Coriolano Moraes (PT) solicitou a formação de uma comissão para acompanhar o caso e denunciou que além da prefeitura não realizar o pagamento do salário referente a reposição de aulas, não concedeu o reajuste salarial, que tinha como data base o dia 1 de maio.
Ainda segundo o vereador, o calendário de reposição prevê 23 aulas, no caso, 8 dias a mais do que o tempo que os professores estavam em greve. “8 dias a mais porque tem escola que está acontecendo dedetização em dia de aula, ao invés de ser no fim de semana; porque tem escola com uma semana sem transporte escolar; e quem está pagando a conta é o professor”, disse. “Não dá mais para essa Casa se calar. Estão tratando a educação com revanchismo”, disparou. “Tratem os professores com respeito”, frisou.
Professor Cori ainda lembrou que diversos outros vereadores não tiveram suas emendas impositivas executadas nestes 02 anos mesmo a Câmara tendo aprovado diversos projetos de interesse do Executivo como a aprovação do pacote de salvação financeira da EMURC que se encontrava inadimplente e por consequência bloqueada para tomar empréstimos na Caixa e a aprovação de permissão para o Executivo articular a liberação de R$ 45 MILHÕES para revitalização do Rio Verruga, ações para o Conveima I e o II; implantação de um aterro sanitário; além de obras de infraestrutura. “A gente não tem feito da Câmara balcão de negociata com o governo, temos tratado a cidade com respeito, portanto prefeito, trate os professores com respeito”, disse o vereador.
Nossa reportagem encaminhou um email para a Secretaria de Comunicação solicitando um posicionamento em relação ao pagamento da reposição dos professores e os demais assuntos, mas até o momento não recebemos a nota.