Na tarde deste sábado (21) uma enorme fila de carros e pessoas se formou no entorno do supermercado Assaí em Vitória da Conquista. Após o vazamento nas redes sociais do texto do Decreto da Prefeitura determinando o fechamento do Comércio, uma quantidade grande de pessoas correu ao supermercado para garantir seus estoques durante o isolamento social.
O Blog do Caique Santos foi lá conferir a situação. Veja o vídeo abaixo:
No início da semana, o Blog do Caique Santos registrou cenas semelhantes, mas com menos pessoas. O estudante de Direito, Paulo Mafra, entrevistado por nossa reportagem, afirmou que estava lá no intuito de estocar alimentos. “O motivo do estoque, pelo menos para mim e minha família, é porque achamos que o cenário aqui no Brasil vai ficar pior do que na Itália, visto que lá tem uma medicina de ponta e o Brasil ainda está caminhando, com vários problemas que a gente sabe, a gente acredita que vai ocorrer realmente um problema muito maior”, disse.
Para Carlos Bastos, empresário, a atitude de estocar é preventiva. “Eu prefiro prevenir e ir estocando minha alimentação. Os caminhoneiros também são seres humanos, estão sujeitos a contraírem a doença, tanto eles quanto os funcionários de mercado, Eu não acredito muito nas informações que o governo vem prestando devido a várias desinformações e contradições que o governo tem mostrado”;
A vendedora Karine da Silva, juntamente com colegas de trabalho, estavam de máscaras e também de carrinho cheio. “Estamos comprando para estocar, com certeza, ainda mais que nós trabalhamos com vendas e temos contato com muitas pessoas de fora, de toda a Bahia, então nosso medo é maior. Todo mundo está fazendo seus estoques em casa e daqui a pouco não vai ter recursos pra buscar de lugar nenhum”, diz
Supermercados de São Paulo enfrentam desabastecimento
Fábio Queiróz disse que é preciso fazer diferença entre desabastecimento e não reposição. A falta de produtos em prateleiras conforme ocorreu nos dois últimos dias, segundo ele, ocorreu porque não deu tempo de repor os produtos diante da velocidade em que os consumidores pegavam para levar para a casa. “Algumas imagens de gôndolas vazias significam que a gente não tinha condição, de naquele momento, de tirar o produto do depósito ou da central de distribuição para a gôndola. As vezes a gente coloca o produto na gôndola e o consumidor pega como formigas no doce. Claro que vai acabar e vai ficar sem reposição. Não dá tempo”, disse.
O presidente da Asserj disse que a decisão de fazer estoque de alguns consumidores é nocivo, especialmente para a população de renda mais baixa, que fica com menos opção de compra e terá que enfrentar a falta de produtos. “O estoque tem que ser distribuído de forma equânime a toda a população. Se quem tem mais poder aquisitivo comprar muita coisa e porventura tiver um rompimento na cadeia de abastecimento, as pessoas de renda mais baixas podem ficar vulneráveis e desabastecidas”, disse.