Nesta segunda-feira (29), em sua primeira entrevista para a televisão (TV Record), o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, confirmou que uma de suas primeiras ações no governo será alterar o estatuto do desarmamento para “flexibilizar” a posse e o porte de arma definitivos, sem necessidade de pagamento para renovação. Para Bolsonaro, a atual exigência da Polícia Federal de que se comprovar “efetiva necessidade” para liberar a arma não se faz mais necessária. “A orientação nossa é que a efetiva necessidade está comprovada pelo estado de violência que existe hoje no Brasil. Nós estamos em guerra,todo mundo diz isso, vocês mesmo da imprensa dizem isso aí.”, disse o presidente eleito que também defendeu que a idade para se obter uma arma diminua de 25 para 21 anos.
Bolsonaro defendeu que os caminhoneiros andem armados.”Eu fico pensando, por que um caminhoneiro não pode ter a posse da arma de fogo? Coloque-se na situação de um caminhoneiro que dormiu em um posto, sono pesado e quando acorda no dia seguinte não tem nem o estepe mais do seu caminhão (…) pode ter certeza que a bandidagem vai diminuir porque o caminhoneiro armado, ao reagir, alguém estiver furtando ou roubando o seu estepe, ele vai dar o exemplo para bandidagem (…) vai diminuir a violência no Brasil com toda a certeza. Inclusive, dados estatísticos, quando aumento o número de auto de resistência por parte da Polícia Militar a violência diminui naquela região”, afirmou.
Ao ser questionado se não temia o aumento da violência por conta de todos poderem ter uma arma, Bolsonaro fez uma analogia entre o potencial letal de uma automóvel e as armas. “Olha, se for pensar dessa maneira vão proibir dirigir carro no Brasil. Quem tem uma arma vai ser responsabilizado por ela, se ela cair nas mãos de terceiros vai ser responsabilizado, a não ser que ele comunique e extravio ou furto da arma. Agora, quem quer fazer a maldade não precisa comprar arma no mercado, é fácil no mercado paralelo, no mercado negro, você conseguir uma arma de fogo. Nós devemos abandonar o politicamente correto”, disse.