“Foi Ele quem nos deu a Presidência”, disse nesta quinta-feira de Corpus Christi. Ali estava, enfim, o presidente “de um Estado que é laico, mas ele é cristão”. O presidente foi o primeiro ocupante do Palácio do Planalto a passar neste que é o maior evento evangélico do Brasil, a Marcha para Jesus, idealizado em 1993 pela igreja de Hernandes, a Renascer em Cristo.
O evento serviu para Bolsonaro renovar seu pacto com os evangélicos, segmento que lhe apoiou em peso na eleição. O presidente, um católico com esposa e filhos evangélicos, investiu na ideia de que ele e o público eram um só.
Afirmou ainda que os evangélicos “foram decisivos para mudar o país” e que, se era Deus acima de todos, logo depois vinha “a família respeitada e tradicional acima de tudo”.
Aos milhares de participantes Bolsonaro agradeceu a Deus por estar vivo, numa referência à tentativa de assassinato no ano passado em Juiz de Fora (MG).
Disse ainda estar cumprindo as promessas de campanha e que a população e a classe política precisam acreditar que podem fazer a diferença para a melhoria do país.
O apóstolo Cezar Augusto, da Igreja Apostólica Fonte da Vida, orou pelo mandatário e disse que, com ele no poder, “as mudanças já começaram”. “Tenho certeza que o senhor vai fazer a marcha por mais oito anos. O senhor é um homem de Deus. Com coragem de declarar Deus acima de todos.”
No palco, o deputado Marco Feliciano (Pode-SP), também um pastor da Assembleia de Deus, disse ao público que no giro pelo interior paulista que Bolsonaro, 64, pegou a mãe, dona Olinda, 92, no colo, e juntos mãe e filhos “cantaram uma canção italiana que só eles entendem”.
O presidente estava sorridente na marcha, rodeado de aliados como a bispa Sonia Hernandes, da Renascer em Cristo, igreja que idealizou o evento 27 anos atrás. “Pela primeira vez na Presidência o Brasil viu o nome de Deus acima de todos, e a família foi honrada”, disse ela.
Em entrevista logo após a marcha, ele desconversou nas duas vezes em que foi questionado se estava usando colete à prova de balas e não respondeu se vestia o equipamento por debaixo da camiseta branca com a logomarca do evento.
“Eu não sou imortal, tá ok? E você que tá dizendo que eu tô com colete”, disse ele a um jornalista.Segundo os organizadores, 3 milhões de pessoas participaram da marcha ao longo do dia (a cidade de São Paulo tem cerca de 12 milhões de habitantes). Eles dizem que foi a maior edição desde o início do evento. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público. (FOLHA DE SP)
