A chuva não cessa em Vitória da Conquista. O temporal, que atingiu o município na noite de ontem (12) durante toda a madrugada, causando danos em algumas localidades rurais, a exemplo do distrito de José Gonçalves, com alagamento de residências, e também na Zona Urbana, segue forte na manhã de hoje (13). Para se ter uma ideia, o volume médio de chuva acumulado nas últimas 72 horas saltou para 133,09, segundo a última atualização feita às 10h, pelo Cemaden.

Desde a madrugada, a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SMDR) se encontra em José Gonçalves, dando suporte à comunidade. Nesta manhã, o Comitê de Crise, com representantes de várias secretarias, entre elas, Desenvolvimento Social, Educação e Saúde, se encontra no distrito, avaliando a situação e adotando as medidas necessárias para minimizar os impactos das chuvas.

A Subprefeitura de José Gonçalves está com todo o maquinário, a exemplo de caçambas, retroescavadeira e pá enchedeira, fazendo a abertura de canais para escoamento da água. “A equipe da SMDR está concentrada aqui na região para diminuir esse impacto para a população, e temos outras equipes distribuídas pelos demais distritos do município, a fim de atender a população nesse momento de chuva”, disse o secretário interino da SMDR, Gustavo Barça.

Em Bate-Pé, por medida de segurança, as atividades da Subprefeitura foram suspensas ao público nesta segunda-feira. Segundo o coordenador Augusto Filho, não é possível fazer limpeza de tanques, patrolamento e cascalhamento de estradas nesse momento, por causa das chuvas, mas a equipe está de plantão atendendo as emergências, a exemplo de casos de atoleiro. A estrada principal, que liga Pradoso a Bate-Pé, que se encontra em obras realizadas pelo Governo do Estado, está intransitável.

Para garantir a mobilidade da população no período de chuvas, a Prefeitura, de forma preventiva, criou rotas alternativas. Uma delas é a estrada do Ribeirão. No entanto, por conta do grande volume de chuva, a orientação da SMDR é não utilizá-la nesse momento, tendo em vista a passagem de riacho, próxima ao cruzamento dos povoados de Cachoeira das Araras e Laranjeiras. A melhor alternativa é a estrada do Cavalo Morto, que segue do Pau Ferro até o distrito do Iguá, pois não tem atoleiro nesse trecho. “Nós fizemos uma vistoria nela na sexta-feira, está transitável, com uma poça d’água aqui, uma poça d’água ali, o que é normal e acontece todos os anos quando chove, mas passa tranquilamente. A população pode ficar despreocupada”, orientou Augusto.

Também há registro de alagamento da rua principal de Dantelândia, com queda de muro em residências. Ontem, o Comitê de Crise esteve nesse povoado e também em Corta Lote e Poço Verde.

Zona Urbana

Enquanto uma equipe do Comitê de Crise atua na Zona Rural, outra se concentra na Zona Urbana, onde há danos, mas em proporção menor ao que se verificava no passado, graças às obras que vêm sendo realizadas pelo Governo Municipal. Há relatos de alagamento em casas na parte baixa do Caminho 2, no Santa Cruz. A equipe vai realizar uma nova limpeza no canal e medir a vazão da Lagoa das Bateias. Houve queda de galhos de árvores em alguns locais, como na rua Joana Souza, próxima ao antigo clube D’Waller, pela Av. Luís Eduardo Magalhães, e buraco na Rua Nestor Fonseca, na altura do número 193, Alto Maron, onde a Semob já fez a sinalização.

Bloqueio entre a Perimetral com a Gilenilda Alves

Houve também  afundamento de parte do asfalto na Av. Perimetral x Gilenilda Alves, próximo à igreja de irmã Dulce, que se agravou com o aumento do volume de chuvas. O trânsito no local está em meia pista, mas pode ser feito o bloqueio total com desvio do trânsito pelas ruas adjacentes. A equipe está avaliando a situação. Também foi realizado bloqueio na Avenida Expedicionário, próximo à Praça do Gil, devido a uma erosão provavelmente provocada por intervenção da Embasa. E na Avenida Principal do Cidade Modelo foi aberta uma fissura de ponta a ponta.

Avenida Francisco Sabino

Sobre a vala aberta na obra da Avenida Francisco Sabino, no bairro Vila América, a Emurc explicou que é parte das escavações planejadas para os serviços de macrodrenagem em execução pela empresa, e que não foi causada pelas chuvas recentes. Ainda segundo a Emurc, a escavação é necessária para a instalação de uma nova tubulação que integrará a rede de captação de água do bairro. Devido ao período chuvoso, os trabalhos estão temporariamente suspensos, mas a vala foi devidamente isolada para garantir a proteção e segurança dos moradores.

Na manhã de hoje, a equipe da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) esteve em vários pontos da cidade, a exemplo do Comveima, onde identificou que os danos na estrutura foram ocasionados por uma queimada recente próxima à tubulação, fazendo com que ela perdesse a capacidade de resistência para suportar o grande fluxo de água, resultando em rompimento na laje de drenagem e na pavimentação asfáltica. Esse comprometimento causou a interrupção do tráfego na via.

Ações continuam

Mesmo com a chuva persistente, as equipes do Governo Municipal estão em campo. Nesta manhã, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesep) está com os trabalhadores retirando areia e lixo descartado indevidamente pela população e levado pelas enxurradas. As equipes estão dando atenção principalmente aos canais de drenagem.