Após a CUT (Central Única dos Trabalhadores) iniciar um Programa de Demissão Incentivada (PDI), que reduzirá em até 60% a sua folha de pagamento, garantindo a manutenção das atividades da central, os trabalhadores ameaçaram iniciar a paralisação de suas atividades.
Contando com 178 empregados, a Central afirma estar sem opções, devido as reformas trabalhistas implantadas no governo Temer, que acabou com a obrigatoriedade da contribuição do imposto sindical, que era até então uma das principais fontes de renda da Unidade.
Vagner Freitas, presidente da CUT, afirma desconhecer a ameaça grevista e diz que Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, aderiu voluntariamente ao programa ofertado pelo governo, abrindo mão de um salário de R$ 15 mil.
“Delúbio é um trabalhador da CUT. Agrega muito. É com muita dor que informo que ele tomou a iniciativa de aderir”, disse Freitas, lembrando que a contratação do ex-tesoureiro (condenado por corrupção ativa no julgamento do mensalão) foi autorizada por Joaquim Barbosa, então ministro do Supremo.
O presidente da CUT afirma ainda que essa redução na folha de pagamentos, foi submetida à assembleia de trabalhadores após prévia apresentação de uma proposta da direção, dando a oportunidade de consulta desses trabalhadores: “Diferentemente das empresas, os trabalhadores foram consultados. Não é um momento de felicidade”, afirma Freitas.
Outras entidades, a exemplo da CUT, estão também realizando cortes orçamentários em sua folha de pagamento, como sindicatos, direções estaduais e federações.
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos, também foi afetada e deverá substituir sua sede, por um andar que será desocupado no prédio da CUT após o PDI, que tem como data de encerramento do programa o dia 4 de dezembro.
Desse modo, os trabalhadores foram forçados a concordar com a reposição de 1,8% da inflação reajustado apenas daqui a nove meses, em novembro, bem como, de receber três abonos de 5% a partir de janeiro. Para as finanças dos sindicatos, 2.5%, o que gerou também um descontentamento para com as categorias que ficarão desassistidas.
Fonte: Folha de S.Paulo