Dia Mundial do Rock: Uesb FM toca 24 horas de rock n´roll e resgata cena de Vitória da Conquista
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No dia Mundial do Rock, comemorado nesta quinta-feira (13), a Rádio Uesb FM 97,5 de Vitória da Conquista e a TV Uesb 4.1, vão unir forças e talentos para comemorar a data com muita música, entrevistas e história. A partir da meia noite, a programação da rádio já será tomada por clássicos do rock, bandas regionais e ainda o quadro “Toca Raul”, que vai brindar os ouvintes, de hora em hora, com inesquecíveis sucessos de Raulzito.
Ainda durante a programação, a partir das 15h, os jornalistas Caique Santos e Jacqueline Silva, receberão a banda ‘Outra Conduta’, cover do Charlie Brow Jr, às 16h, Fernando Bernardino e às 17h30, a banda 4 Bits. A produção das entrevistas é da estudante de jornalismo Yasmim Luene.
CHAMADA DO DIA MUNDIAL DO ROCK NA UESB FM (CAIQUE, JACK E CEBOLA QUADROS):
A TV Uesb 4.1 também não vai deixar a data passar em silêncio. Nesta quinta-feira, às 19 horas, o canal exibe o especial ‘Rock na Veia’, que vai resgatar parte da história da cena em Vitóriad da Conquista, contada e cantada por quem vivenciou as batalhas e emoções. O programa será reprisado no sábado às 19h e também será trasmitido pelo canal da emissora no Youtube. A apresentação também está a cargo de ‘Jacqueline Jack’.
Pesquisa da Uesb resgata memória do rock autoral conquistense
por Joana Rocha
O conquistense ama música e possui diferentes estilos e gostos musicais. Há quem goste de sertanejo, música eletrônica, MPB, forró, hip hop, axé, música clássica, pop, reggae, blues, regional e tantos outros. Entre outras palavras, podemos afirmar que a joia do sertão baiano é muito eclética. Mas, se tem um tipo musical que também caracteriza Vitória da Conquista é o rock.
O estilo foi escolhido como tema de pesquisa do pesquisador Plácido Oliveira Mendes, estudante do curso de Mestrado em Memória: Linguagem e Sociedade da Uesb. Com um recorte mais próximo de sua realidade, “Memória do Rock Autoral Conquistense (2000-2019): ascensão, declínio e o risco do esquecimento em nome da nostalgia” dá título à pesquisa* que conta as muitas fases do rock na capital do Sudoeste baiano.
Para abordar o assunto, Mendes trabalhou com metodologias diferentes. Segundo o mestrando, “a pesquisa se divide em duas partes, sendo a primeira parte basicamente bibliográfica. Na segunda, realizei 14 entrevistas virtuais com diferentes personagens da cena do rock conquistense, de diferentes categorias: músicos, produtores, técnicos de som, o público, jornalistas, incluindo pessoas que também vivenciaram períodos anteriores ao recorte”, conta.
O autor disse, ainda, que a pesquisa de Mestrado surgiu a partir do projeto Memória Musical do Sudoeste da Bahia, site desenvolvido em 2019, dedicado à preservação da memória da música independente de Vitória da Conquista e região. “A escolha do tema se deu de forma bastante natural: desde a parte inicial do recorte, que eu denomino, à ascensão da cena rock conquistense (primeira metade da década de 2000), quando eu ainda era um jovem estudante de História e começava a frequentar os shows, ensaios e a participar de bandas como vocalista”, lembra.
Paixão pelo rock autoral – Cantor, compositor, historiador, pesquisador, produtor musical e fundador das bandas conquistenses Distintivo Blue e Joe Malfs Clan, Plácido ou I. Malförea se diz um entusiasta da música autoral. “A música autoral, em minha opinião, é um retrato importante do local, das pessoas e do tempo em que foi composta”. Em 2013, quando percebeu o início do período que denominou de declínio da cena conquistense, o mestrando sentiu a necessidade de continuar se dedicando, ainda mais, aos estudos sobre o gênero musical.
Para ele, “o rock diz muito e, possivelmente, seja o gênero com maior capacidade de se moldar aos inúmeros contextos mundo afora. Por isso, seu silêncio pode significar um ensurdecedor conjunto de fatores passando despercebidos. Para mim, é um grande equívoco ignorar a cena rock de uma cidade pelo simples fato de não se encaixar no rótulo ‘música regional’”.
Em sua pesquisa, o mestrando revela a importância cultural de nomes como Ladrões de Vinil, Cama de Jornal, Liatris, Dona Iracema, ÑRÜ, Distintivo Blue, Renegados, Garboso e outros. Além disso, o estudo destaca grandes artistas pertencentes a um grupo ou a um nicho específico, como “os tradicionais ternos de reis, a genial geração que brilhava nos festivais de música dos anos 80 e 90, a banda da Polícia Militar, as tão inclusivas orquestras, a cena do hip hop conquistense e os artistas de gêneros mais popularescos”.
Impacto sociocultural – Ao reunir os dados históricos sobre o rock conquistense, Plácido Mendes contribui com a memória, muitas vezes esquecida e, até mesmo, nunca apontada para as gerações atuais. No processo de mostrar a ascensão e declínio do rock autoral de Vitória da Conquista, ele manifesta aspectos da própria cultura e evidencia que as pessoas da cena têm interesse em preservar sua memória.
“De certa forma, é como se aguardassem por alguém, um pesquisador, um jornalista, para documentar e externar suas experiências. Isso me deixou, verdadeiramente, feliz por ocupar esse papel neste momento. A minha pesquisa representa uma iniciativa concreta em favor do merecido posicionamento desse grupo social e da sua identidade junto à história cultural da cidade”, explica.
A pesquisa de Plácido Mendes será concluída com a dissertação no Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade, com previsão de defesa para o primeiro trimestre de 2022.
DIA MUNDIAL DO ROCK
Mas, afinal, por que este dia em específico? É que, em 13 de julho de 1985, foi realizado o Live Aid, megaevento beneficente que reuniu grandes nomes do gênero e ocorreu simultaneamente no Wembley Stadium, em Londres (Inglaterra), no John F. Kennedy Stadium, na Filadélfia (EUA), e em outras cidades pelo mundo. Os shows fizeram muito sucesso e, para se ter uma ideia, a transmissão ao vivo pela rede de TV BBC chegou a 1,5 bilhão de pessoas.
Participaram, entre outros nomes, bandas como o Queen — que realizou uma performance histórica com hits como Radio Ga Ga, Bohemian Rhapsody, We Will Rock You e We Are The Champions — U2 e Led Zeppelin, além de nomes como Bob Dylan, David Bowie, Paul McCartney e Phil Collins.
Esse último, aliás, seria o motivo da nossa celebração. No show, o músico teria expressado o desejo de tornar, dali em diante, o 13 de julho o Dia Mundial do Rock — e a palavra dele tem peso, já que ele foi a única pessoa a participar do Live Aid em dois continentes: primeiro tocou em Londres e, logo em seguida, embarcou em um concorde rumo à Filadélfia. Mas acontece que o pedido só foi atendido no Brasil.