
(Imagem: Via Google)
Os dias são ciclos, passam-se semanas, meses e até anos, todos, repetitivos, desenfreados e muitas vezes sem cor. Travamos uma luta eterna e diária pela sobrevivência. Mas a que custo? E é aí que eu te pergunto: você vive? Viver sem ver é o mesmo que morrer, viver por viver, todo mundo vive. E é sem perceber, que vira ciclo, que virá amargura, que vira desprazer e por fim vira morte sob terra.
Há quem viva pela imagem, em busca do melhor status. Há quem busque reconhecimento, a custo de qualquer coisa. Há quem queira suprir necessidades básicas que nem são tão básicas assim. Há quem viva pelo outro e há aquele que nunca estará satisfeito e que sempre dirá que nunca atingiu o seu melhor.
É dentro disso que muitas vezes viver torna-se pesado. E quando o demasiado trabalho em busca de satisfazer não se sabe o que, vira prioridade, já era. Sem notar você dará as costas para tudo aquilo em que vive a real felicidade. Buscará ilusões para preencher o vazio temporariamente, fazendo da rotina morada, por se acostumar e ser complacente com este destino que traçou para si mesmo.

(Imagem: Via Google)
Quando a busca por tempo torna-se mais importante do que apreciar o sorriso de uma criança, observar as cores e o lindo show que é o desabrochar das flores, ou mesmo quando sentir o aroma e sabor daquela comida que era especial, mas que hoje, já não é mais tão significativa assim, você percebe, uma hora percebe. E ao perceber, vê que não tem graça, que já não vive, que apenas segue o fluxo do ciclo, que apenas continua imitando aquilo que todo mundo faz: trabalhar, ter pressa para ter tempo de trabalhar, comer com pressa para trabalhar, trabalhar mais e ser condescendente, para que no dia seguinte isso se repita incontavelmente até a morte literalmente findar a sua crava, com o seu veredito e você agradecer por não ter mais que se preocupar com o dilema de viver por viver.
Marina Colasanti disse uma vez em sua poesia “a gente se acostuma. Mas não devia”, porque se acostumar é aceitar viver um desviver, é ser conivente com o fim de uma vida ainda prematura, que não nasceu pra ser vivida vazia. Que não nasceu para se acostumar com os calejos e para perder-se de si mesma ainda quando viva. Então se é viva que viva pra ser feliz.