
Deputado Carlos Augusto e o deputado federal Fábio Abreu. (Foto: Arquivo O Dia)
O número de registros de candidaturas de profissionais de segurança pública saltou em 2020 em comparação com as eleições municipais anteriores. São 9.135 policiais e militares ante 8.159 em 2016, uma alta de 12%.
No geral, o número de candidaturas aumentou 7%: de 498.302 candidaturas em 2016, subiu para 533.097 em 2020.
Essas eleições acompanham o resultado das urnas de 2018, quando houve aumento de deputados da chamada “bancada da bala”, composta por parlamentares com origem nas polícias ou forças militares. De 35 congressistas, o grupo passou a ter 61 integrantes.
Levantamento do SBT News, feito com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que, no universo armado, a maior parte dos políticos é policial militar. A alta de candidaturas ocorre em meio à boa popularidade do presidente Jair Bolsonaro, capitão reformado eleito com o apoio maciço de militares e policiais.
Em 2020, foram registrados 3.563, enquanto em 2016 foram 3.195. Militares reformados também se candidataram mais neste ano: são 1727 — 365 a mais que há quatro anos. O recorde de aumento, contudo, foi entre bombeiros civis: confirmaram candidaturas 384 profissionais, com aumento de 146% em relação às eleições passadas.
Outra categoria que inflou o número de nomes às urnas foi integrantes das Forças Armadas. Neste ano, 182 deles disputam o pleito, um aumento de 48% em comparação ao número das eleições passadas, com 123 membros.
Coronavírus
O índice de profissionais na área da saúde acompanhou os números gerais: aumentou 7%, com 20.762 concorrentes contra 19.407 no pleito municipal anterior. Os enfermeiros são a profissão mais representada nas urnas, com 3.867 nomes registrados, 135 a mais que em 2016.
Agentes de saúde e sanitaristas também aproveitaram o momento para participar da corrida às urnas: 3.844 no total. Nas eleições passadas, eram 3.729. O número de políticos médicos subiu na mesma razão. Neste ano, foram registrados 2.711 — também uma alta de 7% em relação às eleições de 2016, quando eram 2.526.
Os números frustam a expectativa de prefeitos, que viam nos profissionais uma chance de aumentar o percentual de candidatos dos partidos.
Isso porque, ainda no início da pandemia, houve um movimento no Congresso Nacional para que o prazo de filiação e de desincompatibilização fossem adiados. Na prática, queriam mais tempo para médicos e integrantes da saúde conseguirem pedir o afastamento das suas funções.