
Priscila Chamas defende as ideias liberais
Em 2016, a jornalista Priscila Chammas se candidatou a vereadora em Salvador, obtendo quase 4 mil votos e a segunda suplência da coligação, numa campanha amadora. Hoje é candidata a deputada federal pelo Partido Novo. Suas principais bandeiras são a redução do custo-Brasil; Revisão do Pacto Federativo, dando mais autonomia a estados e município; Fim do foro privilegiado, tais como outros privilégios concedidos a políticos e magistrados (ex: auxílio moradia); Fim de progressões de penas e implantação de trabalho nos presídios e Priorizar a educação básica.
Em recente visita à Vitória da Conquista na última sexta-feira (28), Priscila cedeu uma entrevista exclusiva ao Blog do Caique Santos. Enquanto mulheres de todo o Brasil se unem contra o candidato Bolsonaro, Priscila não se intimida e diz que em um eventual segundo turno entre o candidato da extrema-direita e Haddad, votaria em Bolsonaro. “Num eventual segundo turno, a gente vai ter duas opções aí, um cara meio sem noção, que fala besteira de vez em quando, mas que também não vai conseguir fazer grandes mudanças neste sentido, e um cara que está preso, porque na prática quem vai governar o Brasil é Lula de dentro da cadeia, então eu acho que votar num cara que tá preso é mais grave. Então neste caso, que eu espero que não aconteça, eu votaria em Bolsonaro”, diz

Encontro reuniu público jovem
Blog do Caique Santos – Quais são suas principais propostas?
Priscila Chammas – Educação, combate a corrupção e empreendedorismo com geração de empregos, entre outras. O início de tudo é a educação. Nenhum país do mundo conseguiu ir pra frente sem resolver o problema da educação e estão há décadas tentando resolver da maneira errada. Investem muito mais no ensino superior do que no ensino básico e a gente precisa garantir primeiro que as crianças aprendam primeiro matemática, português, ciências, até porque as crianças que estão hoje nas escolas públicas, as famílias delas tem uma renda bem inferior do que as famílias das que estão nas universidades públicas, então a gente precisa focar um pouquinho mais nelas.
Combate a corrupção. A gente precisa acabar com o foro privilegiado, não tem sentido que políticos tenham direito à impunidade, e na prática é isso o que ocorre. Acho que todos os que cometem crimes devem ter o mesmo tratamento.
Corte de Privilégios. A gente paga muito imposto no Brasil. O Estado é inchado, tem um custo gigante, acaba não sobrando dinheiro pro essencial, porque a gente está gastando com besteira, a gente tá gastando comprando carro de luxo pra desembargador, gastando com assessor de deputado, de senador, auxílio moradia pra quem não precisa. A gente precisa enxugar estes gastos desnecessários pra poder realmente investir em saúde, educação, segurança, coisas que tragam um retorno para a população.
BCS- A Reforma da Previdência é um tema impopular, qual é seu posicionamento sobre o assunto?

Com o esposo Gabriel Venturoni – Presidente do Partido NOVO na Bahia
É impopular sim, mas é necessária. A previdência no Brasil está em colapso, não tem como continuar. Se a gente continuar assim vai chegar em um ponto que ninguém mais vai receber nada porque não tem, vai acabar o dinheiro, na verdade já acabou, já temos um rombo bilionário. Então a gente precisa sim de alguma reforma. O sistema de aposentadoria do Brasil é muito ruim, porque em vez de você investir em sua própria aposentadoria, você bota seu dinheiro todo mês num bolo que o governo gasta agora e quando você se aposentar, talvez, quem sabe, ele vai pensar se tem dinheiro pra pagar sua aposentadoria.
Eu defendo um sistema de capitalização, que é um sistema que você investe na sua própria aposentadoria. O dinheiro que você investe todo mês vai para sua própria conta, então não corre o risco de você se aposentar e chegar lá não ter dinheiro mais, porque o dinheiro é seu, você escolhe onde quer investir o seu dinheiro, não precisa deixar com o governo. É assim que funciona na Austrália, por exemplo. Lá o empregado deposita todo mês no fundo de investimento que ele quiser.Tem mais de 300 opções lá, porque lá o fundo de investimento de aposentadoria não paga nenhum imposto, então tem todos os incentivos para ter muitos fundos de investimentos e ele investe onde quiser e rende muito mais e a previdência lá é superavitária, então a gente poderia copiar um modelo assim, que já deu certo no mundo. Nosso sistema é muito ruim.
BCS- O Partido Novo pretende se coligar com outros?
A gente se une a partir de ideias. Nas eleições a a gente não coligou com ninguém em nenhum estado porque a gente acha que não tem nenhum partido que represente bem nossas ideias, então corre o risco de você votar no deputado de um partido X e eleger um que você não quer, de um partido Y, então a gente é contra esse tipo de coligação. Lá dentro do Congresso nossa postura vai ser de independência, a gente vai votar nos bons projetos e contra os maus projetos, independente de quem propôs, porque eu acho que é assim que tem que ser a atuação do parlamentar, em torno de ideias e não de pessoas. O que a gente vê é que a oposição vota contra, sempre, a situação vota a favor, sempre, independente do que está sendo proposto, e esse não é o caminho.
BCS- Como você vê a condenação em segunda instância?
Acho que isso já era um caso encerrado, não tinha porque voltar à tona agora. Inclusiva o próprio Lula já disse ser a favor no passado. Porque Lula foi preso agora vai rever toda a legislação? Acho que isso não tem o menor sentido, já é caso encerrado, enfim, a gente mantém a segunda instância, até porque o STF tem se tornado bem problemático nesse sentido, ele simplesmente não condena ninguém, os que são condenados ele solta, então vamos manter a segunda instância, que é mais seguro.
BCS- Presenciamos hoje essa força do Bolsonaro, que na verdade representa a extrema direita. Você não se identifica em nada com as pautas da esquerda. Em um segundo turno onde estivessem apenas o Bolsonaro contra o Haddad a qual dos dois você se aliaria?
Eu não queria optar por nenhum dos dois, até porque quem representa o meu projeto é o candidato do meu partido, Amoêdo. O movimento Liberal no Brasil, ele sempre se ressentiu muito de não ter um candidato que nos representasse a altura. Então, meu candidato é o Amoêdo. Num eventual segundo turno, a gente vai ter duas opções aí, um cara meio sem noção, que fala besteira de vez em quando, mas que também não vai conseguir fazer grandes mudanças neste sentido, e um cara que está preso, porque na prática que vai governar o Brasil é Lula de dentro da cadeia, então eu acho que votar num cara que tá preso é mais grave. Então neste caso, que eu espero que não aconteça, eu votaria em Bolsonaro.