Estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) trancaram os portões da instituição nesta terça-feira (28). A paralisação foi motivada por uma decisão da PROAPA (Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil), que determinou o fechamento do restaurante universitário em um dia letivo.
“Tentamos dialogar. Propusemos que, se o RU ficasse fechado, as aulas fossem suspensas, ou então que o restaurante funcionasse normalmente para garantir alimentação aos alunos. Mas não tivemos resposta. Diante disso, só restou a mobilização”, disse a universitária Lohanna Neris,
A mobilização aconteceu em Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié, e faz parte de uma jornada de lutas que vem sendo construída desde 2023. Os estudantes também cobram mais recursos para a assistência estudantil.
Entre as principais queixas está o funcionamento do restaurante universitário (RU) da UESB, que segundo os estudantes, é um dos mais caros da Bahia e até do Brasil. A refeição custa R$ 24, o que o torna inacessível para a maioria dos alunos.
A estudante Lohanna, integrante do DCE da UESB, explica que apenas os alunos em situação de vulnerabilidade, cadastrados no Programa de Assistência e Permanência Estudantil (PRAE), conseguem pagar R$ 2 por refeição. Ainda assim, o benefício é limitado.
“Os alunos habilitados no PRAE só têm direito a duas refeições por dia. Ou tomam café e almoçam, ou almoçam e jantam. As três refeições não são oferecidas. E o processo do PRAE é burocrático, demora. Enquanto isso, o restaurante, que deveria cumprir uma função social, não está cumprindo”, critica.
Outro ponto destacado quantidade de vagas nas residências estudantis. No campus de Vitória da Conquista, por exemplo, onde há mais de 4 mil alunos, existem apenas 13 vagas disponíveis.
Os estudantes afirmam que o movimento não vai parar e que novas ações estão sendo planejadas até que o governo e a reitoria apresentem respostas concretas às reivindicações.
“A gente quer a universidade que merece existir: acessível, pública, gratuita e de qualidade. E isso só acontece quando o estudante consegue permanecer nela”, conclui a representante do DCE.
Nossa reportagem solicitou um posicionamento da Uesb em relação aos problemas relatados pelos estudantes e aguardamos as respostas.
(Matéria em atualização)
















