Janeiro já está no fim, mas a perspectiva de um ano melhor em 2021 ainda é uma incógnita. Especialista no entanto aponta que o retrocesso continuará por pelo menos uma década. O gestor financeiro e CEO da TAG Business Solutions, Pedro Roriz, afirma que a economia está em baixa e não tem nenhum sinal ainda para que a situação melhore.
“A receita para um bom planejamento pessoal e eficiente não mudou, com ou sem pandemia a regra é a mesma, ou se faz mais dinheiro durante o mês, como por exemplo, arrumando outra renda de forma secundária ou gastando menos, mas indico as duas coisas”, ressalta o CEO. Infelizmente, de acordo com ele, não é a realidade de mais de 69 milhões de brasileiros que estão com os nomes sujos por conta das circunstâncias econômicas do país ou desorganização financeira pessoal.
Outro fator importante quando se trata de planejamento financeiro, segundo Roriz, é de que, quando pessoas têm rendimentos melhores recebem seus salários ou rendas, por exemplo, elas investem e com o que sobrou, vivem o dia a dia. “Mas o brasileiro normalmente inverte essa ordem. O segredo é controlar o fluxo de caixa e investir para só depois viver com o dinheiro”.
Para este ano, Pedro Roriz lembra de um famoso ditado: enquanto alguns estão chorando, outros estão vendendo lenços. “Isso faz referência a possibilidade e a capacidade de um empreendedor de monetizar em momentos de crises e gerar negócios e valores, tanto no quesito pessoal quanto o de negócios. A verdade nunca esteve tão à disposição para entendermos o que está acontecendo, pois vivemos um cenário de um país com dificuldades de créditos e consumos, ao mesmo, temos um câmbio desvalorizado, mas exportar ainda é um bom negócio. O Agronegócio é um exemplo de força, nesse sentido”, exemplifica.
Futuro
Para o CEO, a pandemia não somente afetará ainda este ano, mas toda a década e não somente no Brasil, mas em alguns países. “O nível do endividamento do governo sobre o PIB chegou a um nível alarmante, com quase 97%. Imagina que de todos os bens que tem, você tem essa porcentagem financiada com o banco. É assim que o Brasil se encontra agora. Mas o principal, quando falamos em afetar a economia e o mercado, é que em nosso país ainda temos uma iniciativa privada muito pouco desenvolvida, pois ainda temos a presença muito forte do estado regulando as economias e dependemos muito dele ainda para fomentar negócios”, conta Roriz.
Ele ainda afirma que o que mais se vê é a incapacidade por conta dos problemas fiscais, além da “racha” política que o país vive com total incapacidade do estado de articular para a melhora econômica do Brasil.
“A solução seria uma reforma administrativa para gerar crescimento da máquina e gerar tributos, mas o que é vemos é o contrário. É uma reforma administrativa que não gera resultados. Quando falamos de uma reforma administrativa que faça um enxugamento da máquina e e por sua vez, um rebaixamento de tributos, o Brasil segue no caminho contrário e uma conversa para trocarmos esses tributos. Enquanto dependermos tanto do estado e dessa máquina para fazer a roda girar, ou seja, uma iniciativa privada muito incipiente ainda, ainda teremos uma década muito difícil”, esclarece.