O governo federal vai anunciar nesta sexta-feira (10) um novo modelo de crédito habitacional que promete dar um gás no mercado imobiliário e facilitar o acesso à casa própria. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve apresentar o plano em um evento em São Paulo.
A principal novidade é a liberação imediata de R$ 20 bilhões — dinheiro que hoje está “parado” nos depósitos compulsórios do Banco Central — para que os bancos possam oferecer novos financiamentos. A Caixa Econômica Federal, que lidera esse tipo de crédito no país, deve ser a primeira a aderir ao novo sistema.
Outra medida importante será o aumento do valor máximo dos imóveis que podem ser comprados com o uso do FGTS, dentro do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Esse teto está em R$ 1,5 milhão desde 2019 e deve subir para algo perto de R$ 2 milhões, acompanhando o aumento dos preços dos imóveis e a inflação acumulada no período.
O novo modelo também muda as regras de uso dos recursos da poupança. Hoje, os bancos precisam aplicar 65% do dinheiro da caderneta em crédito imobiliário e deixar 20% no Banco Central. Com as novas regras, esse dinheiro vai ficar mais livre para os bancos investirem, desde que continuem financiando habitação em valores proporcionais.
A ideia é tornar o sistema mais flexível e sustentável, já que a poupança, principal fonte de dinheiro barato para financiamentos, vem perdendo força diante de outras aplicações mais rentáveis.
O plano prevê um período de testes até o fim de 2026. Se der certo, o novo modelo passa a valer de forma definitiva a partir de 2027.
O governo espera que a mudança ajude a manter os juros dos financiamentos mais baixos, mesmo com o uso de fontes de mercado, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).
Na prática, o que muda para quem quer comprar a casa própria é que vai ter mais crédito disponível, com juros controlados, e imóveis mais caros também poderão ser financiados com o uso do FGTS.
Essa é mais uma tentativa do governo Lula de impulsionar o setor da construção civil, gerar empregos e fortalecer o sonho da casa própria — um dos pilares sociais do governo petista desde os tempos do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Resumo rápido:
- R$ 20 bilhões serão liberados imediatamente para crédito imobiliário;
- Teto do FGTS para compra de imóveis deve subir de R$ 1,5 milhão para R$ 2 milhões;
- Novo modelo dá mais liberdade aos bancos no uso da poupança;
- Período de teste vai até 2026;
- Governo quer garantir juros mais baixos e aquecer o setor da construção.