
Um incêndio grande atingiu nesta quinta-feira o do complexo amplo do Instituto Serum da Índia (SII), o maior fabricante mundial de vacinas, mas o chefe do instituto disse que a produção de imunizantes contra a Covid-19 não foi atingida e que não haverá perda de doses da vacina da AstraZeneca por causa do incidente.
Vídeos e fotos da ANI, uma parceira da Reuters, mostraram fumaça negra emanando de um edifício cinza do complexo gigantesco que sedia a Serum em dezenas de hectares na cidade de Pune, no oeste indiano.
“Obrigado a todos por sua preocupação e suas orações”, disse o presidente-executivo do SII, Adar Poonawalla, no Twitter.
“Até agora, o mais importante é que não houve perda de vidas ou grandes ferimentos devido ao incêndio, apesar de alguns andares terem sido destruídos.”
Ele também afirmou que o instituto tem vários prédios que abrigam a produção de vacinas para lidar com contingências.
Muitos países de renda baixa e média dependem da entrega das vacinas do Serum para enfrentarem a epidemia.

A vacina da AstraZeneca já está sendo usada na Índia, e também foi enviada a países como Bangladesh, Nepal, Maldivas e Butão.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) busca importar 2 milhões de doses da vacina de Oxford para a vacinação no Brasil, mas a carga ainda não foi liberada pelo governo indiano e é alvo de tratativas entre o Brasil e a Índia.
Vacinas do Serum no Brasil
O Brasil ainda aguarda o envio das vacinas da AstraZeneca vindas do Serum. O governo da Índia anunciou que começou nesta quarta-feira, 20, a exportar vacinas contra a covid-19 para países de renda baixa e média que compraram os imunizantes, mas o Brasil, por ora, ficou de fora da lista inicial de exportação.
São aguardadas 2 milhões de doses vindas da Índia. Na semana passada, um avião brasileiro chegou a ser enviado para buscar o material, mas parou em Recife antes de cruzar o Atlântico, ante a falta de confirmação do governo indiano que as vacinas seriam entregues.
O governo indiano começou a vacinar sua própria população no fim de semana com a vacina de Oxford e outro imunizante, da Bharat Biotech, e aguardou até que a imunização local fosse iniciada antes de começar a exportar as vacinas.
A vacina de AstraZeneca/Oxford foi aprovada para uso emergencial pela Anvisa no domingo e será posteriormente feita no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. Enquanto a vacina não chega, o Brasil começou no domingo a vacinação com 6 milhões de doses da Coronavac, da chinesa Sinovac. Novas doses para além das aprovadas precisarão de nova autorização da Anvisa.
Em outra frente, seguem as discussões sobre como agilizar o envio por parte da China do princípio ativo para produzir mais as vacinas no Brasil.
No caso da vacina da AstraZeneca, a própria produção interna pela Fiocruz, prevista para fevereiro, foi adiada nesta semana para março em meio à demora na liberação do princípio ativo pelo governo chinês. A vinda do princípio ativo da China também é importante para o Instituto Butantan, que disse que pode parar de produzir doses da Coronavac já nesta quarta-feira, 20, diante da falta do material.
Também cresce no Brasil nesta semana a expectativa para uma liberação da vacina russa Sputnik V, a mesma usada na Argentina. A farmacêutica União Química, que deseja fabricar a vacina no Brasil, deve ter nesta quinta-feira uma reunião com a Anvisa. Há expectativa por uma liberação até sábado.
A agência havia se recusado na semana passada a analisar um primeiro pedido de uso emergencial, pelo imunizante não ter feito testes no Brasil. Estados como Bahia e Paraná já fecharam a compra da vacina. Ontem, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, determinou que a Anvisa esclareça o estágio em que se encontra a análise do imunizante e eventuais pendências.
Fonte: Revista Exame