
(Foto: Danilo Verpa/Folhapress)
O Ministério Público abriu um inquérito sobre uma suposta rede de adoção ilegal de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
“Existe um inquérito relacionado com essa matéria, tendo o mesmo sido remetido ao DIAP [Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa] para investigação”, adiantou a Procuradoria-Geral da República numa resposta enviada à Lusa.
Uma investigação da TVI divulgada na segunda-feira revela que Edir Macedo, líder máximo da IURD, está envolvido numa rede internacional de adoção ilegal de crianças e que os seus próprios “netos” serão crianças roubadas de um lar em Portugal.
Segundo um comunicado da TVI relativo à investigação, “um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido à mãe na maternidade e registá-lo directamente como seu filho biológico”.
“Isto aconteceu debaixo dos nossos olhos e retrata o esquema que estava montado num lar ilegal”, disse o director de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, no final da apresentação da reportagem à imprensa. A situação “atinge a cúpula da IURD”, adiantou, sublinhando que “as crianças foram levadas sem que os tribunais ouvissem as famílias das crianças”.
“O Estado não esteve completamente bem aqui, mas nunca é tarde para repor a verdade”, disse Sérgio Figueiredo.
Em comunicado enviado às redações, a IURD argumenta que “toda a matéria que a TIV pretende veicular assenta no relato e colaboração de Alfredo Paulo Filho”, que deixou a instituição em 2013, altura em que a sua saída foi motivada por “condutas impróprias”. A IURD diz ainda que Paulo Filho foi condenado pelos tribunais brasileiros a indemnizar a igreja no valor de 1.7 milhões de reais, defendendo que o antigo colaborar pretende agora “centrar a sua campanha difamatória em Portugal”.
Confira o vídeo do caso: