Vitória da Conquista: Mãe de menino internado com hematomas cobra escola: ‘Entreguei bom’
A mãe do menino de 7 anos que foi internado com hematomas após se machucar na escola cobra respostas sobre a situação. Ela não acredita que a criança tenha batido o rosto em uma pilastra enquanto brincava, como foi dito pela instituição. O caso aconteceu na última sexta-feira (17) e o menino segue internado. Em entrevista à TV Sudoeste, afiliada da TV Bahia na região, Thais Santos Ribeiro, relembrou o momento que viu o filho ferido.
“Chegando lá, encontrei meu filho com o rosto machucado, na lateral roxa. Aí mandaram ele para casa para tomar um medicamento anti-inflamatório, colocar gelo, e que tudo iria se resolver”, detalhou.
No entanto, apesar da orientação que afirma ter recebido, a mulher acabou levando a criança para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porque percebeu que o estado do rosto da criança estava piorando. Ao dar entrada na emergência, o menino foi encaminhado para o Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), onde segue.
“Os médicos falam que não foi uma simples pancada na parede, que pode ter sido algo a mais que a pancada”, contou.
Mãe de menino internado com hematomas cobra escola: ‘Entreguei bom’
A mãe explica que já conversou com o filho e que ele dá três versões diferentes sobre o caso. Em uma, um menino teria o empurrado; outra seria um colega que bateu nele; na terceira, a criança conta que se bateu na parede sozinho.
Thais relata que já teve na escola e chegou a ver algumas imagens de câmeras de segurança, porém nenhuma do local onde a escola afirma que o menino bateu o rosto. Para a mãe da criança, a instituição teria informado que o local não é monitorado. Ela quer solução.
“Eu quero saber quem fez isso. Eu entreguei meu filho bom e me entregaram meu filho naquela situação. Eu não desejo para o filho de ninguém. Da forma que aconteceu com meu filho, pode acontecer com outra criança. Vai ficar sem resposta? A escola é local de aprendizado. A gente manda as crianças para aprender, não para estar agredindo. A única coisa que eu quero é justiça”.
Hematomas
Além do machucado no olho esquerdo, há ferimentos na boca da criança. Thais Santos Ribeiro disse que o filho está com diversas manchas no rosto e inchaços, além de ter relatado dores na boca.
Além de trazer o acidente na brincadeira como causa dos hematomas, a nota da Secretaria Municipal de Educação diz que o menino foi atendido pela escola, que colocou gelo no local, e comunicou o ocorrido à mãe do aluno.
Ainda no posicionamento, o órgão informou que, quando a mãe da criança foi buscá-la na escola, a instituição ofereceu condução até uma unidade hospitalar e que ela teria optado por ir para casa – o que não condiz com a versão dada pela mãe.
Fonte: Ibahia
Após ocorrência, Prefeitura distribui protocolo que orienta servidores das escolas da rede municipal sobre acolhimento de crianças em caso de suspeita de violência.
A Coordenação de Legalização da Secretaria Municipal de Educação (Smed) distribuiu aos a gestores e secretários de escolas da zona rural e urbana de Vitória da Conquista, exemplares do Protocolo Unificado e do Manual do Fluxo, ambos voltados para o atendimento integrado a crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência. Esses documentos servem para orientar servidores das escolas da rede municipal de como se deve acolher a criança em caso de suspeita de violência.
De acordo com neuropedagoga do Núcleo de Prevenção e Monitoramento da Violência nas Escolas, Cleire Ribeiro Alves, o material visa nortear as ações de qualquer servidor da escola, escolhido por uma criança ou adolescente para fazer um livre relato. “O servidor precisa saber fazer o acolhimento desse relato e da criança ou adolescente, que estará falando sobre algo muito sério, de uma violência que tenha sido vítima ou testemunha. Há todo um protocolo, uma maneira própria de abordar, de conversar e, principalmente, de escutar”, afirmou.
O material conta com um modelo padrão de falas direcionadas aos servidores e um manual para elaboração de relatório, que precisa ser entregue aos diretores das unidades, para os devidos encaminhamentos. Cleire também ressaltou que esse conteúdo é uma produção do município. “Começou lá atrás, com um diagnóstico. Pessoas estavam no Desenvolvimento Social, na Secretaria de Saúde e na Smed, lideradas pelo secretário Michael Farias, para pensar na necessidade disso aí”.
Com a realização do diagnóstico, sugiram o Protocolo Unificado e o Manual do Fluxo, porque muitos relatos eram feitos por crianças e adolescentes, mas os servidores das instituições de saúde e educação não sabiam como proceder. “A criança e o adolescente estavam passando por um processo de revitimização. Então, foi feito esse diagnóstico, que gerou esses dois materiais. Eles são válidos em todo o território nacional e é uma iniciativa de Vitória da Conquista, ligada ao Selo Unicef Childhood Brasil”, concluiu a neuropedagoga.
Fonte: PMVC