Moradores e comerciantes de Itarantim, no sudoeste da Bahia, foram surpreendidos pelo desabamento parcial do teto do Mercado Municipal da cidade, que está em reforma desde 2022. O incidente ocorrido na manhã da última segunda-feira, 19, causou grande susto, mas felizmente não houve feridos.
Durante a montagem da nova cobertura metálica de um dos galpões do mercado, parte da estrutura cedeu, provocando o desprendimento de algumas peças ainda em instalação. A prefeitura informou que os trabalhadores presentes no local no momento do acidente não sofreram ferimentos graves e que a área já foi isolada para garantir a segurança da população.
A JM Engenharia, com endereço da sede em Vitória da Conquista, é a responsável pela reforma do Mercado Municipal, orçada em aproximadamente R$ 2,6 milhões e que teve início em agosto de 2022, com previsão inicial de conclusão para fevereiro de 2023. No entanto, a obra já acumula mais de dois anos de atraso.
Ministério Público
Em resposta ao incidente, o Ministério Público Estadual enviou uma promotora para visitar o mercado e analisar a situação in loco. A promotora vai investigar as causas do desabamento e avaliar se houve irregularidades na execução da obra, além de acompanhar as providências tomadas pela prefeitura e empresas responsáveis.
A prefeitura informou que a estrutura principal da obra não foi comprometida e que os trabalhos de reforma continuarão normalmente, respeitando as normas de segurança. A área afetada permanece isolada para evitar riscos à população até que as causas do acidente sejam totalmente esclarecidas.
Vereadores apontam mais irregularidades
A reforma do Mercado Municipal de Itarantim ganhou novos desdobramentos que aumentam a preocupação das autoridades e da população.
Os vereadores Zeza e Carlos Alberto, ambos do PP, decidiram investigar a fundo a empresa JM Engenharia, responsável pela obra orçada em mais de R$ 2,6 milhões.
Ao visitarem o endereço registrado da JM Engenharia, localizado na sala 211 do Multiplace Conquista Sul, em Vitória da Conquista, os parlamentares não encontraram qualquer sinal de uma construtora funcionando no local. No endereço, existe apenas uma filial de um tradicional escritório de advocacia da cidade.
Diante dessa constatação, os vereadores formalizaram uma denúncia junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e já preparam uma nova representação ao Ministério Público para que o caso seja apurado.
A JM Engenharia foi fundada em 2021 e, no ano seguinte, conquistou a licitação milionária para a reforma do mercado. O episódio do desabamento, aliado à incerteza sobre a estrutura real da empresa, levantou suspeitas entre os membros da Câmara Municipal, que agora questionam como uma empresa tão recente conseguiu assumir uma obra de grande porte.
Tem mais. De acordo com o vereador Zéza, o engenheiro Breno Santana Luz, que no contrato é o responsável técnico pela obra, diz que jamais trabalhou no empreendimento e que usaram seu nome e CREA indevidamente.
Pelo visto, tem muita coisa a ser esclarecida.
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