Mais um capítulo da história política do Brasil se desenvolve com contornos tensos está sendo escrito hoje. A prisão do ex-ministro, General Walter Braga Netto, ocorreu nas primeiras horas desse sábado, 14 de dezembro de 2024, em decorrência de investigações conduzidas pela Polícia Federal sobre ações antidemocráticas.
A Polícia Federal acusasa Netto de tentar obstruir as investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a PF, Braga Netto teria agido para acessar informações fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid em delação premiada, buscando modificar as versões dos fatos investigados e alinhá-las entre os suspeitos.
A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que destacou a atuação dolosa do militar para prejudicar a apuração e controlar os dados fornecidos. Braga Netto será mantido sob custódia no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. Até o momento, a defesa do ex-ministro não se manifestou. A prisão faz parte de um desdobramento das investigações envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Braga Netto, que também foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, é acusado de participação em um esquema que visava desestabilizar a democracia, incluindo a articulação de um possível golpe de Estado.
Prisão de Bolsonaro em 2025: cúpula do PL avalia inevitabilidade e prepara estratégias
A possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro no início de 2025 é um tema que domina conversas internas no PL e também circula entre os bastidores do Judiciário. Líderes do partido avaliam que o avanço das investigações torna praticamente inevitável que Bolsonaro enfrente a prisão, e muitos acreditam que, politicamente, isso pode até ser estratégico para reorganizar o partido e redesenhar sua narrativa no cenário nacional.
Investigações e risco judicial
Os processos que ameaçam Bolsonaro incluem suspeitas de fraude em seu cartão de vacinação durante a pandemia, omissões no caso das joias sauditas e seu envolvimento em atos antidemocráticos. Além disso, o caso que envolve a deputada Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti, investigados por tentativas de manipulação de sistemas do Judiciário, é visto como um dos fatores de maior gravidade.
O hacker teria revelado detalhes sobre a suposta intenção de invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e comunicações do ministro Alexandre de Moraes, o que poderia ser decisivo para determinar a prisão de Bolsonaro e outros aliados. Essa delação é tida como iminente, e o uso de recursos públicos para financiar essas operações seria um dos principais pontos que podem agravar a situação do ex-presidente e de sua base mais próxima.
Estratégias do PL
Internamente, a cúpula do PL tem se preparado para essa eventualidade. Há relatos de que, durante reuniões recentes, foram discutidos planos para lidar com o impacto político da prisão de Bolsonaro. A narrativa que o partido pretende adotar busca transformar o ex-presidente em uma vítima de perseguição judicial, apresentando a prisão como um movimento político contra ele e o partido. A ideia seria mobilizar sua base eleitoral em torno de uma campanha de solidariedade, algo que poderia manter sua relevância mesmo fora da liberdade.
Um ponto de consenso entre os aliados é a necessidade de evitar novos embates públicos ou declarações polêmicas que possam agravar sua situação. Bolsonaro foi orientado a “submergir”, adotando um perfil mais discreto enquanto as investigações se desenrolam. Ainda assim, o partido avalia que sua prisão poderia ser uma oportunidade para fortalecer sua imagem como líder da oposição, principalmente em um momento em que o governo Lula enfrenta seus próprios desafios econômicos e políticos.
Riscos para o cenário político
A prisão de Bolsonaro não apenas impactaria seu futuro político, mas também abriria espaço para novos líderes dentro da direita brasileira. Com o cerco jurídico se fechando sobre figuras como Mauro Cid, Carla Zambelli e outros aliados próximos, o PL enfrenta o desafio de manter sua coesão interna enquanto busca formas de preservar sua força eleitoral. A divisão entre os que apoiam uma postura combativa e os que preferem uma linha de moderação reflete as tensões que podem se intensificar caso a prisão de Bolsonaro se concretize.
Por outro lado, uma eventual prisão pode servir como um catalisador para reorganizar as bases da direita, polarizando ainda mais o cenário político e aprofundando as divisões entre bolsonaristas e o atual governo. A forma como o Judiciário conduzirá o caso também será determinante para evitar acusações de parcialidade e assegurar a estabilidade política.
Em suma, o ano de 2025 pode marcar um ponto de virada para Bolsonaro, o PL e o cenário político brasileiro. A prisão do ex-presidente, caso confirmada, será tanto um teste para o Judiciário quanto uma oportunidade para redefinir as estratégias da oposição no país.
Com informações: Revista Veja e Brasil 247