O Ministério Público da Bahia instaurou na última quinta-feira (17) um processo administrativo visando apurar se existe de fato um protocolo da Secretaria de Saúde com os critérios, parâmetros e padrões eficientes e eficazes para determinar quando um paciente deve ser internado. De acordo com denúncias de moradores da cidade, a Prefeitura retarda ao máximo a realização de testes de Covid-19, enquanto o paciente não apresentar uma substancial piora do estado.
Os dados dos óbitos também revelam que os contaminados estão sendo internados quando o caso já está grave demais, muitos morrem em 24 ou 48 horas.
Um caso acontecido na última quinta-feira (16) é um triste exemplo do que pode estar ocorrendo. A morte de uma mulher de apenas 43 anos por Covid-19, ocorreu dentro de sua própria casa, no bairro Campinhos/Loteamento Jatobá. De acordo com o depoimento de uma amiga da vítima, ela nem chegou a ser internada. Passou o dia na UPA e foi liberada. Chegando em casa morreu. “O caso dela era de internamento, fizeram o raio-x e o pulmão estava todo comprometido”, afirma a amiga da família.
Ainda de acordo com a fonte, o teste para saber se a mulher estava com coronavírus só foi realizado depois da morte e ainda assim por exigência da família da vítima. No laudo do SAMU, a causa da morte teria sido registrada como pneumonia e insuficiência respiratória.
A coleta de amostra para exame laboratorial RT-PCR foi feita pós-morte e o resultado foi liberado na sexta-feira (17), com resultado detectável para a infecção. O boletim divulgado pela Secretaria de Comunicação do governo Herzem, afirma que a vítima tinha como fator de risco a ‘obesidade’, informação que quem conheceu a vítima nega ser verídica.
Até a tarde deste domingo (19) a Prefeitura não realizou testes de covid com a família da falecida.
O prazo que o MP deu para que a Prefeitura preste os devidos esclarecimentos vence nesta quarta-feira.
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