Ônibus da Itapemirim é apreendido em fiscalização da ANTT em Vitória da Conquista
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) realizou na tarde desta quinta-feira, 16 de novembro de 2023, uma operação de fiscalização na Rodoviária de Vitória da Conquista, na Bahia.
Os agentes analisaram condições de veículos e sessões de vendas de passagens autorizadas. Houve apreensão, entre os veículos, de um ônibus da Viação Itapemirim, que fazia a linha Timbaúba – São Paulo.
De acordo com a empresa, a retenção do coletivo se deu por conta da venda de duas passagens por agências credenciadas com sessões não autorizadas.
Em nota, a Itapemirim informou que orientou novamente os agentes quanto à emissão de passagens. Outras empresas como Real e TCB (Transporte Coletivo Brasil) também tiveram ônibus retidos.
Muita gente foi pega de surpresa nas rodovias brasileiras com a volta da circulação dos ônibus da Itapemirim, os famosos amarelinhos, tradicionais nas viagens interestaduais por décadas no Brasil.
Isto porque a empresa teve a falência decretada pela justiça em setembro no ano passado, após um processo judicial iniciado em 2016, gerado por dívidas que ultrapassam R$ 2,2 bilhões e um escândalo envolvendo o proprietário afastado da empresa, Sidnei Piva de Jesus, acusado de fazer transferências de recursos de forma ilegal para fundar a Itaperimirim Transportes Aéreos (ITA).
A volta, no entanto, acontece pelo arrendamento de linhas, sob responsabilidade da Suzantur, com o nome de Nova Itapemirim, mas mantendo as mesmas características gráficas da marca anterior. A empresa, que trabalhava com fretamento e também atua no transporte coletivo urbano em cidades do ABC paulista, teve a autorização da justiça para reativar as linhas tanto da Itapemirim, quanto da Kaissara, também pertencente ao grupo.
A autorização foi contestada por algumas das partes envolvidas, incluindo a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). O órgão federal afirma que as linhas não poderiam ter sido arrendadas, pois são concessões públicas e não pertencem a nenhuma empresa, e que em caso de falência, elas deveriam ser extintas. Em parecer emitido esta semana, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) manifestou opinião contrária aos argumentos da ANTT. A contestação segue tramitando e deve ter um desfecho em breve.
Fontes: Coisas de Timbaúba e Diário do Transporte