Todas as medidas provisórias que Bolsonaro mandou ao congresso, Maia não colocou em votação, fazendo com que elas “caducassem” e tirando a agenda do presidente da pauta.
Pronto! A confusão começou aí. Ficou evidente que Maia estava apertando o Presidente e instituindo um parlamentarismo branco no Brasil.
Davi Alcolumbre é comandado por Maia, e isso eu posso afirmar por ter presenciado tal submissão, em reunião com os dois sob a bênção de ACM Neto,(à época, eu era advogado de um vereador da base do atual prefeito de Salvador), e tentava,ali, costurar a soltura do referido vereador.
Com a pandemia, Maia teve uma ideia de gênio, do mal,(a lá Antônio Gramsci). Ele aproveitou o pacote de ajuda que o Governo Federal propôs, de quase 88 bilhões aos Estados devido à diminuição da arrecadação do ICMS e ISS,em razão do isolamento social, e modificou a logística do pacote. A equipe econômica do Governo havia proposto essa ajuda, mas os Estados deveriam ter contrapartidas e direcionamento de gastos, além disso, a ajuda não ultrapassaria esse valor de 88 bilhões.
Maia e cúpula do DEM, o governador de SP e do RJ tiveram a seguinte sacada: Pegaram o projeto de ajuda e mudaram o formato,(o governo passaria a ajudar os municípios e Estados na medida de defasagem da arrecadação dos impostos, e isso sem valor de teto). Exemplo: A arrecadação da Bahia no ano passado foi de 80 milhões nesse mesmo mês e, neste ano, por conta da pandemia, está em torno de 40 milhões. Neste cenário,o governo federal iria completar a receita estadual com cerca de 30% da média do ano passado, isso por tempo indeterminado, até o fim desse problema, transformando,assim, o pacote em um seguro, sem ônus, apenas bônus.
O governo Federal veio a público e disse que isso é inviável, que o governo não tem esse dinheiro, e que, dessa forma, o Brasil vai quebrar, toda economia feita (programação para 10 anos) com a reforma da previdência irá para o ralo em um mês, tempo em que,se o projeto for aprovado,a dívida Brasileira irá ficar maior que o PIB. Alertou ainda que, da forma que o projeto passou na Câmara e possivelmente passará no Senado, irá se tornar um cheque em branco aos Governadores e Prefeitos ;esses não terão a obrigação de destinar os gastos; será um dinheiro livre, em época de campanha, sem contrapartidas e será uma verba da União que jamais será devolvida.
Como essa conta será paga? Através de empréstimos!
E como os empréstimos serão pagos? Através do aumento de impostos!
E quem pagará os impostos? Nós, contribuintes!
Com essa jogada, Maia conseguiu apoio de quase todos os governadores do Brasil.
O presidente pode vetar o pacote, mas o desgaste político estará instaurado e, ele, o presidente, ficará entre o desgaste político e a iminência de um impeachment ou quebrar o país.
Diante disso, manifestantes pediram a intervenção militar e ,ontem,o Presidente foi até uma dessas manifestações,em frente a um quartel em Brasília e deu um discurso no sentido de que estaria pronto para tudo que a Democracia o permitir fazer. O discurso foi recebido como uma bomba,mesmo o presidente tendo frizado a importância da harmonia entre os poderes. Diversos governadores se pronunciaram e os ânimos ficaram ainda mais acirrados.
O isolamento, além de questão de saúde, indiscutível, está sendo usado no Brasil como uma manobra política, gerando a discussão sobre a redução da arrecadação do ICMS e do ISS e pressionando a aprovação do pacote, consequentemente geraando o caos político ou Financeiro para empurrar Bolsonaro para fora do palácio do Planalto.
Essa guerra pelo poder, está desenhando momentos obscuros no Brasil.
Para relacionarmos o problema nacional ao nosso problema regional, basta analisarmos que trata-se de uma união do centrão com a esquerda, para manter o fechamento do comércio e impulsionar o caos político ou econômico.
Especificamente no caso de Vitória da Conquista, devemos nos lembrar que o mentor político de Herzem é ACM Neto, presidente do DEM, chefe de Maia e Alcolumbre.
Então, não espere a reabertura do comércio em Vitória da Conquista, ainda que gradativa e, tampouco, a melhoria do sistema de saúde ou a reabertura gradativa,como sempre defendi. Agora, não estamos mais falando apenas do combate ao vírus,mas estamos falando de uma guerra pelo poder e o fechamento do comércio, através dos isolamentos, social do povo e político do presidente, são as armas da vez.
Dr Léo Mascarenhas