PF prende cúpula da PM do DF sob acusação de omissão no 8 de janeiro

BRASÍLIA (Reuters) -A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o atual comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Klepter Rosa, o ex-comandante da corporação, Fábio Augusto Vieira, e outras cinco autoridades da cúpula da corporação em operação que investiga suspeita de omissão em impedir os atos criminosos de 8 de janeiro na capital federal.

A operação, requerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, imputa aos policiais militares uma série de crimes, como tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio público e violação do cumprimento dos deveres do cargo que ocupavam, entre outros delitos.

No despacho que autorizou a operação, Moraes destacou que havia “significativos indícios” de que os policiais militares — que foram denunciados pela PGR — detinham “conhecimento antecipado” dos preparativos para as ações do 8 de janeiro com base em informações dos servidores de inteligência.

Contudo, segundo o ministro do STF, se “omitiram dolosamente, aderindo aos propósitos golpistas da horda antidemocrática que atentou contra os três Poderes da República e contra o Regime Democrático”.

Um dos pontos para mostrar a omissão, assinalado pelo magistrado, foi a escalação de efetivo incompatível de policiais militares para fazer frente ao caso. Haviam sido escalados 200 homens e mulheres oriundos do curso de formação de praças, recém-egressos da corporação, conforme a PGR.

“No caso dos atos ocorridos em 8/1/2023, há fortes indícios de que as condutas dos criminosos só puderam ocorrer mediante participação ou omissão dolosa dos agentes públicas ora denunciadas, o que tem até o momento se confirmado, conforme robustamente narrado pela PGR”, afirmou Moraes, que, entre outras medidas, determinou o afastamento dos policiais militares dos cargos.

Procurada, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou em nota que a corregedoria da corporação acompanha o andamento da operação da PF, mas não forneceu detalhes. A Secretaria de Segurança Pública do DF não respondeu de imediato a pedido de posicionamento.

As ações determinadas de Moraes atenderam a pedido do coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GCAA), Carlos Frederico Santos.

Moraes é o relator do inquérito que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, quando vândalos apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do STF.

(Edição de Pedro Fonseca)

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