A estiagem que assombra o Centro Sul Baiano está começando a apertar o cerco contra o abastecimento de água em Vitória da Conquista, Belo Campo e Tremedal. E o retrato mais evidente dessa situação é a Barragem de Água Fria 2, em Barra do Choça, que está operando no limite: só 58% da capacidade.
Imagens exibidas no Bahia Meio Dia da última sexta-feira (4) mostram o que todo conquistense teme: onde antes existia água, agora só se vê areia. A paisagem mudou — e não é poesia. É o desespero da seca escancarado.
A EMBASA, responsável por fornecer água pra toda essa região, admitiu que a Barragem de Água Fria 2 está, neste momento, não está sendo usada. O abastecimento tem sido mantido, por enquanto, graças aos sistemas dos rios Catolé e Gaviãozinho. Mas esses também estão com níveis baixos, e a previsão de chuva que resolva a situação? Nenhuma à vista.
Para tentar segurar o que ainda resta de água e evitar um colapso no abastecimento, a EMBASA anunciou um “pacote emergencial” que inclui novas obras para reforçar a captação dos rios ainda ativos. Só que o buraco é mais embaixo — ou melhor, mais antigo.
A tão falada Barragem do Catolé, apresentada como a grande salvação para a crise hídrica da região, continua andando em ritmo de tartaruga manca. A obra, iniciada em 2019, tinha entrega prometida para 2022. Estamos em 2025 e… só 25% foi feito. Desde fevereiro, a EMBASA assumiu a construção, e agora a nova promessa é concluir tudo até fevereiro de 2027.
Com capacidade para armazenar mais de 23 milhões de metros cúbicos de água, a Barragem do Catolé poderia garantir o abastecimento das três cidades pelos próximos 70 anos. Mas enquanto a promessa patina na burocracia e nos atrasos, a realidade é que a população segue com a torneira na ansiedade.
R$ 320 milhões de reais estão sendo investidos, mas até agora, o que se vê é seca, areia e promessa.
Veja a reportagem da TV Sudoeste:
Com informações da TV Sudoeste e Blog do Anderson