
Foto ilustrativa
O Sindicato dos Ambulantes de Vitória da Conquista, através de uma nota de esclarecimento, lamentou a agressão a um casal de deficientes visuais, ocorrida na manhã da terça-feira, (27) envolvendo ambulantes que são donos de barracas. De acordo com o Blog do Leo Santos, a guarnição da 77° CIPM recebeu uma informação para averiguar uma situação de agressão a um casal de deficiente visual. No local as vítimas relataram para a polícia , que estavam trafegando pelo o piso tátil quando foram impedidas de prosseguir, por existir várias barracas instaladas por cima do piso.
Ainda de acordo com o relato, a vítima teria pedido que fosse retiradas as barracas do local, pois era direito deles, como deficientes visuais, ter o caminho de piso táctil libre. Por não serem atendidos, o casal resolveu retirar as barracas por conta própria, momento em que ambos foram agredidos, com murros e chutes.
A mulher teve um ferimento no nariz e o homem foi jogado ao chão. Com a chegada da polícia , ninguém foi capaz de passar informações do ocorrido.
Confira a íntegra da nota do ‘Sindicato dos Ambulantes de Vitória da Conquista:
O Sindicato dos Ambulantes de Vitória da Conquista lamenta o ocorrido na manhã de ontem (27) envolvendo um casal com necessidade especial (deficientes visuais) e um camelô. Embora tenha havido esse infeliz episódio, que está sendo investigado pela autoridade policial, não se pode criminalizar todas as pessoas que exercem a atividade de camelôs. No máximo, pode servir como indicativo de aprendizagem de Camelôs para que possamos nos organizar melhor e evitar determinados infortúnios que não são nada críveis aos olhos da lei e da própria sociedade consciente de seus direitos e deveres.
Diante desse fato, informamos que o dirigente sindical está ciente e acompanhando o caso. No entanto, achou prudente se colocar na condição de ouvinte para evitar qualquer mal-entendido que promova a criminalização ou quaisquer retaliações à categoria. Neste sentido, esteve reunido hoje (28) com os dois deficientes visuais e sua advogada, Dra. Genivalda de Jesus Sampaio e o advogado Dr. Jaime Amorim, consultor de trânsito para ouvir os dois lados da versão acerca do fato ocorrido.
Com base nessa escuta, avaliou-se a necessidade de aguardar o desenrolar do fato que ocasionou o Boletim de Ocorrência. Portanto, há de ser considerar o percurso dos tramites. O rito instaurado pela autoridade policial assegurará o direito a ampla defesa das duas partes, sobretudo daquela em situação de maior risco e múltiplas vulnerabilidades. Portanto, é prudente evitar quaisquer juízos de valores sobre o caso e aguardar, pois ainda está na parte inicial de instauração do inquérito policial.
Portanto, o Sindicato dos Ambulantes orienta a categoria evitar comentários que expresse juiz de valor sobre o assunto, sob o risco de ser intimado pela autoridade policial a prestar esclarecimentos. Aproveitando a oportunidade, sugere a categoria de Camelôs que tire algum aprendizado dessa infeliz situação, sobretudo neste momento em que o Poder Público Municipal pretende realizar eugenia social, retirando à força todos os ambulantes da Terminal da Lauro de Freitas. Sigamos lutando pelos nossos direitos de sobreviver honestamente e manter nossas famílias vivas.
Saudações fraternas!
Roberto Barbosa
Sindicato dos Ambulantes de Vitória da Conquista – Bahia, Brasil