Soco na cara de Pedro escancara esculhambação no futebol do Flamengo
Por Renato Mauricio Prado – Numa noite em que a torcida do Flamengo deveria estar comemorando a vitória heróica sobre o Atlético Mineiro, em jogo no qual foi incapaz de repetir a boa atuação contra o Grêmio, mas conseguiu a virada improvável, graças ao talento de seu maestro Arrascaeta, o torcedor rubro-negro foi dormir perplexo e revoltado com a notícia de que o preperador físico de Jorge Sampaoli, Pablo Fernandez, agrediu Pedro com um soco na cara, no vestiário, após a partida,
Não há justificativa para tal boçalidade. Segundo relatos do repórter Cahê Mota, do grupo Globo, o primeiro a revelar o incidente, Pedro abandonou o aquecimento, junto aos reservas, depois que Sampaoli fez duas substituições no ataque (colocando Cebolinha e Luis Araújo). Sentou-se no banco, embora ainda houvesse uma alteração possível (que acabou sendo usada com a entrada de Thiago Maia), o que irritou o preparador.
Já no vestiário, o centroavante foi cobrado por ele, respondendo que, vinha sendo sistematicamente ignorado pela comissão técnica. A tréplica foi o soco na cara, que o fez sangrar e revoltou o elenco inteiro, que ficou do lado do jogador, exigindo a demissão sumária de Fernandez, O caso acabou na delegacia, pois Pedro fez questão de registrar a agressão na delegacia.
Tivesse o Flamengo um departamento de futebol minimamente responsável e competente, o descontetamento do artilheiro, por não estar sendo valorizado pela comissão técnica de Sampaoli, já teria sido detectado e alguma ação para atenuar a tensão entre os dois lados seria obrigatória. Não foi. E o técnico argentino nunca teve um cuidado mínimo com Pedro. Após poucos jogos, desfez a dupla que Dorival Júnior tinha formado, com enorme sucesso (que o digam as conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores) e Pedro se tornou um reserva cada vez menos utilizado e cada vez mais ignorado.
A situação agora é fruto do trabalho caótico de Braz e Spindel. É inadmissível manter empregado o truculento preparador, que já tem histórico de outras agressões, trabalhando com Sampaoli. Ao que se sabe, entretanto, o treinador não quer que seu auxiliar seja demitido. Mas não há como passar pano. E agora, Landim? Vai bancar de novo o avestruz e enfiar a cabeça no buraco, omitindo-se num problemaço como esse?
Em tempo: não faz muito tempo, Gabriel e Marcos Braz também tiveram um acalorado bate-boca no vestiário e só não chegaram às vias de fato porque a turma do deixa disso entrou em ação. O atacante acabou multado.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Fonte: UOL
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