Em entrevista à Rádio Clube de Conquista, nesta quinta-feira (3), o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), lamentou o que chamou de “postura passiva” do prefeito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão, ante à articulação comandada pelo prefeito ACM Neto (DEM) que bloqueou empréstimo internacional captado pelo Governo do Estado, de R$ 1,5 bilhão. No acordo, Neto garantiu ao presidente Michel Temer os votos da bancada baiana do DEM pelo arquivamento da denúncia contra o peemedebista.
“O prefeito de Conquista, sabendo que este dinheiro vai para o aeroporto, vai para a barragem, vai para estradas, aceitar uma situação dessas? Eu pensava sinceramente que esses métodos já estavam banidos da política, mas infelizmente…”, disse Jorge Solla, na entrevista. “É uma situação que prejudica completamente a população, um empréstimo de R$1,5 bilhão que o estado da Bahia tem direito, conquistou este empréstimo, e parcela dele era para ser aplicado no novo aeroporto de Conquista e na Barragem do Catulé”, completou o petista.
A articulação para prejudicar a Bahia tornou-se pública após um telefonema do ministro Eliseu Padilha para o senador Otto Alencar, em que o auxiliar do presidente afirmou que só seria possível autorizar o empréstimo após anuência do DEM da Bahia. Durante a entrevista, Solla criticou a manobra.
“A gente fica indignado, porque a Bahia tem direito a receber, não é recurso federal, é de empréstimo. O governo federal tem que autorizar – e já tinha saído no Diário Oficial – aí depois ministro liga para Otto para dizer que por ordens superiores estava suspensa a liberação da autorização, é um negócio absurdo. A população de Vitória da Conquista não pode permitir um negócio desse, articulado pelo prefeito de Salvador e com a conivência do prefeito de Vitória da Conquista. R$ 1,5 bilhão de reais que vão deixar de vir à Bahia graças à essa articulação para manter um presidente golpista”, disse.