Tarifa zero no transporte público pode ser bandeira de Lula em 2026

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que a proposta de tarifa zero no transporte público — ou seja, ônibus e metrôs gratuitos para toda a população — pode se tornar uma das principais bandeiras da campanha de reeleição do presidente Lula (PT) em 2026.

Em entrevista ao Jornal da Record, Haddad explicou que a equipe econômica está fazendo uma “radiografia do setor”, a pedido do próprio presidente, para entender se o projeto é financeiramente viável.

“Lula sabe que esse tema é importante para os trabalhadores, para o meio ambiente e para a mobilidade urbana”, disse o ministro.

A ideia ainda está em fase de estudo, mas já chama atenção pelo impacto que teria no bolso da população e nas contas públicas. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a gratuidade total do transporte público em todo o país custaria cerca de R$ 90 bilhões por ano.

Apesar do alto valor, Haddad afirmou que a proposta está sendo analisada “com calma e tranquilidade”, sem pressa para anunciar números ou promessas definitivas.

A tarifa zero é um tema que vem ganhando força em várias cidades brasileiras — algumas já adotaram o modelo de forma parcial ou total, como Maricá (RJ) e Caucaia (CE). No plano nacional, porém, seria um grande desafio financeiro e logístico, exigindo parcerias entre União, estados e prefeituras.

Caso avance, a proposta pode se tornar uma das vitrines sociais do governo Lula em 2026, reforçando o discurso de inclusão e justiça social que marcou suas campanhas anteriores.

Resumo rápido:

  • Haddad diz que tarifa zero pode ser bandeira de Lula em 2026;

  • Equipe econômica faz levantamento sobre o setor;

  • Medida teria custo estimado de R$ 90 bilhões anuais;

  • Governo analisa viabilidade sem pressa;

  • Ideia reforça foco social e ambiental da gestão petista.

A fala de Haddad é claramente um balão de ensaio político, e dos grandes. A ideia da tarifa zero no transporte público é extremamente popular — mexe diretamente com o bolso da população trabalhadora —, mas também altamente complexa e cara. Falar em R$ 90 bilhões por ano já mostra o tamanho do desafio.

Politicamente, é um discurso potente para Lula levar à campanha de 2026: a imagem de um governo que busca reduzir o custo de vida e garantir o direito de ir e vir, especialmente num país em que o transporte público é precário e caro. Mas, na prática, o governo ainda não tem uma fórmula mágica para bancar isso sem aumentar impostos ou cortar de outras áreas.

Há também um componente ideológico e simbólico aí. O transporte gratuito é visto por muitos urbanistas e sociólogos como um passo para democratizar as cidades, melhorar a mobilidade e até reduzir emissões — já que mais gente deixaria o carro em casa. Só que, do ponto de vista fiscal, Haddad sabe que precisa pisar em terreno firme: ele tenta mostrar sensibilidade social sem assustar o mercado.

Resumindo: a tarifa zero é uma ideia forte, mas ainda está mais no campo da narrativa política do que da execução técnica. Se Lula realmente abraçar essa bandeira em 2026, vai precisar apresentar de onde virá o dinheiro e como manter o sistema funcionando — ou corre o risco de transformar uma boa promessa em mais uma utopia de campanha.

É uma proposta ousada e justa do ponto de vista social, mas perigosa se for tratada apenas como marketing eleitoral. Se virar projeto real, precisa vir junto com reforma tributária urbana, investimento em transporte de massa e gestão transparente dos subsídios — senão o sonho da tarifa zero vira mais um peso no orçamento público.

Com informações da Record e Gazeta do Povo

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