Familias que moram no Acampamento Terra Nobre foram surpreendidos nas primeiras horas desta quarta-feira (09) com tratores e forte aparato militar para derrubar barracos. A operação foi ao estilo ‘blitz’, sem prévio aviso. A última vez que isso ocorreu foi na madrugada do feriado de São João do ano passado, no dia 24.
Representantes das famílias que moram no local dizem que foram deixados sem assistência, o que é contestado pela prefeitura, que afirma que todos serão inscritos em programas sociais federais e municipais. Ainda de acordo com a Prefeitura, o terreno é área verde do município e por isso não precisa de ordem judicial para a retomada de posse.
A prefeitura acusa os líderes de crime ambiental e de estarem comercializando lotes do terreno público. Os moradores do local negam essa versão.
“Eu não tenho pra onde ir, não tenho moradia e tenho uma filha especial”, queixou-se Vanderlei Alves, morador. “Tem gente aqui que tem criancinha recém nascida e deficiente, tem outros que tem família. Eles tinham que ter dignidade e fazer a coisa certa, chegar e botar a gente em outro canto”, disse outra moradora.
De acordo com o advogado Erick Silveira, que representa os sem teto, a prefeitura cometeu uma ação violenta e ilegal e não cumpriu um acordo extrajudicial feito na São João do ano passado. Erick disse ainda que havia entrado com uma Ação de Manutenção de Posse, para que as famílias pudessem ficar nesse local, pois foram desalojadas dos seus lares durante a pandemia. “Conseguimos uma reunião com a Prefeitura em que ficou acordado que para que estas famílias pudessem ser despejadas uma nova moradia teria que ser garantida para elas”, afirmou.
A ocupação foi acompanhada pelo Secretário de Infra Estrutura Jackson Yoshiura, além da Guarda Municipal e Polícia Militar (Rondesp e Choque).
Nossa produção solicitou uma nota da Prefeitura sobre o caso, mas não fomos atendidos.
Com informações da produção do TV Sudoeste
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