[Vídeos]: Médicos encerram atendimento nos postos de saúde e população pede socorro
Faltam médicos nas Unidade de Saúde da Família (USF) de Conquista. Isso não é novidade, o fato novo é que o povo não aguenta mais. A situação está caótica. Tem pessoas esperando médicos desde setembro de 2021. A falta dos médicos inviabiliza procedimentos como renovação de receitas controladas e encaminhamentos de exames.
Segundo informações da TV Sudoeste, a Secretaria Municipal dispensou dezenas de médicos por conta do vencimento de contratos. A Prefeitura sabia com antecedência que os contratos iriam vencer, mas nada foi feito.
A falta de médicos nas unidades de saúde dos bairros, ocasiona super lotação na UPA e HGVC.
Na UBS João Melo, no bairro Ibirapuera, usuários relatam que todos os médicos, inclusive que atendiam no local há 10 anos, foram sumariamente dispensados e nada foi feito. “São 02 clínicos, 01 ginecologista, 01 pediatra e dentistas, mas aí como dizem que venceu o contrato dos médicos clínicos e da ginecologista, não providenciou colocar outros e aí estamos sem atendimento nenhum, nem de clínivos e nem de ginecologista. Eles dizem que estão providenciando, mas isso já tem 01 mês”, queixa-se a professora Nilva Gomes.
Na mesma Unidade, o balconista Fábio Arruda relata que teve que esperar 9 horas para só depois ser informado que nenhum médico seria providenciado para atendê-lo, conforme haviam prometido. “Cheguei aqui ontem era 5h30 da manhã, pra pegar a ficha, entrei e me disseram para aguardar até 11h, esperei até as 14h e aí deram o aviso de que não viria médico”, revolta-se o usuário do sistema de saúde municipal.
Ainda no Posto João Melo no Ibirapuera, a dona de casa Itéria Isabel Silva, faz usos de remédios controlados e não consegue renovar as receitas por falta de médicos. “Todo mês eu preciso passar no médico (…) se nós não tiver a receita como é que vamos pegar os remédios, né?”, questiona a idosa.
RECADO PARA A PREFEITA – Segundo a massoterapeuta Edite Dias, o bairro Ibirapuera tem 12 mil pessoas e a situação está muito difícil. “Quero aproveitar a oportunidade para mandar um recado para a prefeita Sheila, que ela faça alguma coisa por nossa comunidade”, pede a moradora do bairro.
Até mesmo uma abaixo-assinado foi feito pelos moradores do bairro. De acordo com um usuário, uma pessoa com diabetes passou mal no posto e não havia nenhum médico para atender.
BAIRRO APARECIDA PEDE SOCORRO – Na USF Madalena Santos Souza, no bairro Nossa Senhora Aparecida, a situação ainda é pior que no Posto do Ibirapuera. Os moradores, dependiam de apenas 01 médico, mas desde setembro que o mesmoencerrou o contrato com a Prefeitura e não houve subsitituição. Nem mesmo recipientes para colher exames tem disponível. Os profissionais de saúde avisam que só podem realizar os exames se o usuário levar “um pote vazio de maionese” para acondicionar o material a ser enviado ao laboratório.
01 MÉDICO PARA 6.000 – De acordo com Irapuã Sampaio, do Conselho local de saúde, o bairro tem mais de 2000 mulheres e a Prefeitura só disponibiliza 02 exames de mastologia por mês. “É muito pouco! É preciso ter mais respeito com a comunidade. O bairro Aparecida, são quase 6.000 moradores e temos só 01 médico generalista para atender de crianças a idosos, quando tem!”, relata.
EXAMES URGENTES SEM FAZER – “Eu tenho preventivo, exame de sangue e tenho mamografia. Eles marcaram e remarcaram porque nãó tem médico. E esses exames já estão vencidos porque eu fiz em setembro”, denuncia a cabeleireira Gleide Selma Vieira. “Além de não conseguir mostrar ao médico os resultados do exame de sangue, não consigo fazer outros de coração, um ecocardiograma e um eletro”.
“POTE DE MAIONESE” – “A minha mulher já veio aqui umas 03 vezes, fazer aquele programa Saúde da Mulher, veio remarcou, veio novamente e remarcou de novo porque não tinham material. Disseram pra ela que ela tinha que trazer um pote de maionese vazio pra fazer o acolhimento porque não tinha material. Como ela não tinha o tal pote de maionese, não fizeram o exame. Isso todas as mulheres tem passado aqui”, relata o esposo de uma usuária.
Adailton é outra vítima da gestão de saúde municipal. “Sou paciente oncológico, transplantado, estou lutando contra a leucemia. Eu preciso de um neuro, de tomografia, radiografia e não consigo nada. Tem hora que consigo fazer os exames em São Paulo, várias vezes fiz isso já”.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que “ainda essa semana” serão convocados 30 médicos que vão atuar nas Unidades de Saúde. Disse ainda que está fazendo contratações emergenciais e que alguns médicos foram desligados por vencimento dos prazos legais
FALTA DE MÉDICOS NÃO É DE AGORA – Em novembro do ano passasdo, a prefeita Sheila Lemos reconheceu o problema da falta de médicos nas unidades de saúde. “Nós sabemos que em algumas unidades de saúde estão faltando profissionais médicos. O município abre a licitação, os médicos participam e na hora de ir trabalhar, eles não efetivam o contrato. Essa é uma dificuldade, mas que nós estamos procurando, através de parcerias, diminuir essa fila, dos exames”, disse.
A prefeita argumentou ainda que uma parceria realizada com a Fundação José Silveira, possibilitaria mais de 2000 atendimentos e que resolveria uma demanda reprimida de 600 ressonâncias. “Estamos trabalhando duro para através de parcerias conseguir resolver esse problema das falta de médicos nas nossas unidades de saúde”, disse.
Reportagem: BMD- TV Sudoeste – Rede Bahia
Imagens: Humberto Filho
Reportagem: Luan Ferreira