(Por Caique Santos)
Dizem que uma imagem vale mil palavras. A foto registrada por um internauta (ainda não identificamos o autor) retrata a corrida alucinada dos motoristas conquistenses pelos últimos litros de gasolina dos postos. A greve dos caminhoneiros, em pouco mais de 48 horas, tem causado um impacto no país que começa, ainda que de longe, lembrar o clima apocalíptico de filmes com enredos sobre um futuro de guerra pelo pouco petróleo que restará no planeta.
Mas petróleo ainda temos. E muito. Mas o preço é alto. E muito. A realidade é que o povão tem custeado com suor e sangue as peripécias de um governo que aparenta não saber como conter a alta dos combustíveis sem danos colaterais. O normal é que sempre que o dano seja para o bolso do brasileiro, afinal, sempre pagamos tudo. Reclamando, mas pagamos.
Temer, do alto do seu 1% de aprovação, pode finalmente cair ou perder a tal governabilidade. Previsões à parte, o fato é que a persistindo a greve, gêneros alimentícios de primeira necessidade, remédios e toda a cadeia que o transporte via estradas brasileiras alimenta, sofrerá uma pane, sacudindo a base e balançando o topo da pirâmide do poder político.
A esquerda comemora e tripudia em cima dos “coxinhas” e “paneleiros” que foram às ruas no governo Dilma contra a corrupção e aumentos da gasolina. Enquanto isso, todos, “petralhas” e “coxinhas” e os que não se enquadram em nenhum destes “times”, sofrem igualmente. Se Dilma não tivesse saído do governo, Temer continuasse como vice e Lula ainda estivesse livre, será que seria diferente?
Uns fazem brincadeiras, outros vociferam, mas apenas os caminhoneiros estão nas ruas, isso é fato.
Um ano político. Uma crise. O que falta para o povo aderir ao movimento dos caminhoneiros?