“A maioria tem cargo na prefeitura, tem benesses”, diz Chico Estrella sobre colegas da situação
Em entrevista cedida ao radialista Ricardo Gordo, o vereador Chico Estrella, falou sobre a polêmica votação que rejeitou o PL 12/2023 , que autorizaria a prefeitura de Vitória da Conquista a pagar uma dívida com a empresa Vitória Empreendimentos e Participações LTDA-ME, mediante permuta com terrenos públicos.
Na entrevista, Chico afirma que tanto ele quanto a maioria dos vereadores de situação, apoiam o governo da prefeita Sheila Lemos porque recebem ‘benesses’, que segundo o dicionário, são ‘vantagens ou lucros que não derivam de esforço ou trabalho’.
“Por que você é oposição? Porque você não tem benesses do poder público. Eu sou situação porque eu tenho. A maioria tem cargo na prefeitura, a maioria tem as benesses, a maioria usa do governo municipal é por isso que estão na base do governo da prefeita. A oposição não tem nada disso. É por isso que ela é oposição”, disparou. Sobre os vereadores da base do governo que votaram contra o projeto, Estrella disse ainda que estes não merecem mais continuar usando o governo.
Sobre seu voto, a favor da permuta, justificou, “votei porque achei que seria necessário o município se livrar dessa pendência, porque quem deve tem que pagar. Nós temos uma família que teve sua área invadida, desapropriada pela prefeitura há 21 anos atrás e que não recebeu o pagamento sobre isso” e relacionou todo o debate às eleições municipais do ano que vem. “Eu disse em meu discurso que a disputa eleitoral em Conquista começava hoje. Isso aí é o interesse da bancada de oposição de desestabilizar o governo da prefeita, que apesar de ter a maioria na Câmara, não consegue aprovar um projeto seu. Uma derrota para a prefeita. Hoje ela começou sua pré campanha eleitoral com uma derrota”.
Ouça abaixo a entrevista cedida com exclusividade ao repórter Ricardo Gordo (UP FM):
“Fui do serviço de inteligência da Polícia e eu sei que nessa Casa tem malandragem”
Já o vereador Hermínio Oliveira (PODEMOS), presidente da Câmara, também surpreendeu a todos na sessão da sexta-feira (22) ao dizer: “eu sei que nessa Casa tem malandragem”, visivelmente irritado ao rebater o vereador Alexandre Xandó, que disse que o comentário na cidade era que ‘malas de dinheiro’ estariam rolando, envolvendo a votação.
“Nunca recebi propina de ninguém nessa terra. Eu e Bibia perdemos mandatos aqui no governo de Guilherme, através de pedido de Alexandre Pereira e não pedi suborno a ninguém não (…) eu fui o melhor soldado da polícia militar e nunca recebi propina. Precisa o Conselho de Ética apurar esse pronunciamento (de Xandó). Tá errado. Agora, tem malandro no meio. Tem malandro no meio disso aqui, viu. Fui do serviço de inteligência da Polícia e eu sei que nessa Casa tem malandragem”, disparou Hermínio, que foi contido pelo vereador Babão.
Veja abaixo o pronunciamento do presidente da Câmara:
Confira fala do vereador do PT, Xandó:
Votaram contra:
– Ricardo Babão (PCdoB)
– Nildo Freitas (PSC) – situação
– Edivaldo Jr. (PTB) – situação
– Del. Marcus Vinicius (Podemos)
– Alexandre Xandó (PT)
– Valdemir Dias (PT)
– Viviane Sampaio (PT)
– Fernando Jacaré (PT)
– Luciano Gomes (PCdoB)
– Dr. Andreson (PCdoB)
– Subtenente Muniz (Avante) – situação
– Adinilson Pereira (MDB) – situação
– Lúcia Rocha (MDB)
A favor:
– Bibia (MDB) – situação
– Luís Carlos Dudé (MDB) – situação
– Chico Estrella (Agir) – situação
– Ivan Cordeiro (PTB) – situação
– Nelson de Vivi (União Brasil) – situação
– Dinho dos Campinhos (PP) – situação
– Augusto Cândido (PSDB) – situação
O projeto tinha por finalidade, indenizar uma empresa pela desapropriação, por utilidade pública, de suas áreas, realizada pelo Município, proveniente da criação e instalação do Parque Municipal da Serra do Periperi, conforme Decretos Municipais nº 9.480/1999 e nº 18.720/2018. A transação realizada pelas partes antes referidas já tinha passado pelo crivo do Ministério Público, bem como do Judiciário, que homologou o acordo por sentença, a qual já se encontra com trânsito em julgado certificado nos autos na data de 25 de outubro de 2022, mas os valores dos terrenos públicos foram considerados extremamente baixos, em relação aos praticados pelo mercado local.
Além dos baixos valores, havia ainda a questão jurídica. De acordo com alguns advogados, o prazo para a ação indenizatória já prescreveu, visto que se passaram mais de 20 anos desde o período em que a apropriação poderia ter ocorrido.