Está marcada para o dia 26 de novembro, no Santuário de São Judas Tadeu da cidade de Aracaju-SE, a Sessão de Abertura do Processo de Investigação das virtudes cristãs de Frei Miguel (Michelângelo de Cingoli OFMCap), que poderá culminar na sua entronização como o mais novo Santo da Igreja Católica Apostólica Romana a servir no Brasil.
A Sessão é parte complementar do processo iniciado através do Decreto que “Introduz a Causa de Canonização de Frei Miguel”, expedido no dia 17 de outubro de 2024 pelo arcebispo de Aracaju e terceiro arcebispo de Vitória da Conquista, Dom Josafá Menezes da Silva. Participarão da cerimônia o Arcebispo, o Postulador e Vice-Postulador da Causa de Frei Miguel, e os outros integrantes das comissões do Inquérito Arquidiocesano que prestarão juramento público.
Também junto à Sessão, o Arcebispo deverá instaurar um Tribunal de Investigação, que ouvirá o depoimento de testemunhas, cerca de 50 pessoas, que tenham conhecido frei Miguel e que possam fornecer informações a respeito de suas virtudes. Paralelamente, uma comissão fará um levantamento historiográfico e biográfico do frade capuchinho.
Segundo o Vice-Postulador da Causa de Frei Miguel, o Frei Gleizer Campinho, OFMCap, os trabalhos prevêem 12 meses para a execução da fase arquidiocesana. “Ao final, uma outra cerimônia será realizada para concluir esta fase e enviar a Roma todo o material coletado. Depois disso se passará à fase romana do processo, que o analisará e dará o seu parecer”, salientou Frei Gleizer.
A abertura do processo de canonização do Frei Miguel coincide com as comemorações pela memória de outro brasileiro, Santo Antônio de Santana Galvão, celebrado nesta sexta-feira (25). Da mesma forma, a comunidade católica do Brasil, em especial, da Bahia e de Sergipe, recebem a notícia da canonização do Frei Miguel com a alegria de terem testemunhado, de maneira tão próxima, da vida de um Santo.
Contribuição de Frei Miguel em Vitória da Conquista
Nascido em 30 de outubro de 1908 na província de Cingoli, na Itália, Frei Miguel (Michelângelo Serafini) chegou ao Brasil no ano de 1935, onde serviu à Província dos Capuchinhos da Bahia e Sergipe até o seu falecimento na capital sergipana em 9 de janeiro de 2013, aos 104 anos de idade.
Foi enviado à Vitória da Conquista pelo superior provincial da época, o Frei Benjamim de Villagrande e aqui começou sua missão. No município, participou da construção da casa paroquial da catedral metropolitana de Nossa Senhora das Vitórias e, junto ao Frei Egídio de Elcito, desempenhou um notável ofício de construtor e arquiteto. De acordo com sua biografia serviu ainda como Superior da casa e Superintendente das obras da Catedral e do futuro Palácio Episcopal de Vitória da Conquista, contribuindo ainda com o ensinamento de técnicas de construção a alguns pedreiros e mestres construtores da cidade.
Frei Miguel destacou-se sobretudo pela sua humildade e habilidade de confessor e conselheiro. Realizou um número de batizados recorde. Pouco a pouco passaram a chamá-lo de santo, título ao qual era resistente, mesmo se não pudesse negá-lo por completo. Ainda em vida muitas graças lhe foram atribuídas pelos fiéis. Após a sua partida os testemunhos de curas são inúmeros. Muito carinhosamente é chamado pelo povo como “o santo de Aracaju”.
Referências e mais informações:
https://arquidiocesedearacaju.org/dom-josafa-publica-decreto-de-introducao-da-causa-de-canonizacao-de-frei-miguel/
https://arquidiocesedearacaju.org/nota-sobre-a-causa-de-canonizacao-de-frei-miquel-fr-michelangelo-de-cingoli/