O presidente Jair Bolsonaro conversou rapidamente na manhã desta quarta-feira, 02 de dezembro de 2020, com representantes de empresas de aplicativos de ônibus que realizam desde as primeiras horas do dia uma manifestação em Brasília.
Bolsonaro se encontrou com os empresários no espaço onde habitualmente recebe os apoiadores.
Segundo os representantes destas empresas, o presidente prometeu estudar as reivindicações, entre as quais o fim da exigência do circuito fechado para o fretamento, que consiste na obrigação de os mesmos passageiros da ida serem os da volta.
Pela legislação atual, somente as empresas de linhas regulares podem fazer vendas de passagens individuais com grupos de passageiros diferentes por sentido de viagem.
Os manifestantes reclamam também de apreensões da ANTT (Agência Nacional de Transportes) e da postura de alguns agentes.
Aplicativos como Buser e 4Bus se intitulam como “intermediadoras” entre empresas de fretamento e usuários.
Ainda de acordo com a norma em vigor, o circuito aberto, ou seja, pessoas diferentes na ida e na volta, com vendas individuais de passagens, é permitido apenas para empresas de linhas regulares.
As viações que têm autorização de prestar linhas dizem que os aplicativos fazem uma concorrência desleal. Segundo as empresas, em geral, estes aplicativos oferecem preços menores porque não cumprem uma série de obrigações que aumentam o custo da viagem, como conceder gratuidades e cumprir horários e itinerários, independentemente da quantidade de passageiros. Os ônibus de aplicativos só fazem a viagem com uma ocupação mínima e, segundo as empresas de linhas regulares, companhias como a Buser só se interessam pelas linhas de grande demanda, o que causaria desequilíbrio econômico na rede rodoviária, cujo modelo é de subsídio cruzado, ou seja, uma linha altamente lucrativa “banca o prejuízo” de linhas deficitárias economicamente, mas que socialmente precisam existir.
Fonte: Diário do Transporte – Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes