Brasil é o país com mais pessoas ansiosas na América Latina, aponta OMS
Um estudo da Docway, empresa especializada em soluções de saúde digital, apontou um aumento de 36,5% nos diagnósticos de pacientes com transtornos de ansiedade e de 1.290% nas consultas de psiquiatria e psicologia em 2022.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial sofre de transtornos mentais, o que equivale a aproximadamente 720 milhões de pessoas. O Brasil lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, com quase 19 milhões de pessoas afetadas por essas condições.
Segundo a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, vários fatores contribuem para a alta incidência de transtornos de ansiedade no Brasil, incluindo as condições sociais, como instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como a má qualidade dos serviços públicos. A pandemia também é apontada como um fator essencial para o aumento de diagnósticos de transtornos ansiosos nos últimos anos, de acordo com o psiquiatra Pedro Leopoldo, do Hospital Anchieta de Brasília.
Leopoldo explica que a ansiedade é uma resposta emocional e fisiológica normal que prepara o corpo para o estresse, mas quando se torna crônica, pode afetar a vida pessoal e profissional da pessoa. Os sintomas incluem preocupação excessiva, medo, tensão muscular, inquietação, insônia, taquicardia, sudorese e falta de ar. Se não tratada, a ansiedade pode levar ao desenvolvimento de outros transtornos e afetar não só a saúde mental, mas também a saúde física.
Existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade, de acordo com o Ministério da Saúde: medicamentos (com acompanhamento médico), psicoterapia com psicólogo ou psiquiatra e a combinação dos dois tratamentos. Todos estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), e é importante procurar ajuda médica especializada para tratar a ansiedade. O diagnóstico precoce, o tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo são fundamentais para obter melhores resultados e menores prejuízos. (Fonte: Brasil 61)