O Secretário Municipal de Saúde (SMS), Alexsandro Nascimento Costa, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (01) reconheceu que Vitória da Conquista tem subnotificações dos casos suspeitos e infectados com o Covid-19.
“É uma realidade esse tipo de situação em todas as cidades do mundo, eu também acredito que exista subnotificação, em Vitória da Conquista (…) é uma realidade que não está posta só para Conquista, é para todos os lugares dessa pandemia, não há sistema que consiga”, pontuou.
O Secretário de Saúde disse ainda que a oferta de exames para Conquista é limitada em função de vários fatores. “O próprio Ministério esclarece essa limitação que existe na disponibilidade dos exames, na entrega dos resultados. Lá no Instituto Adolfo Lutz, tem 16.000 exames por fazer. A característica da doença, ela é tão severa do ponto de vista da propagação, que este sistema acaba sendo insuficiente, lógico que você vai ter subnotificação”
Nesta quarta-feira (01) mais 25 casos suspeitos de infecção pelo coronavírus que aguardavam resultado foram descartados laboratorialmente. Os resultados foram divulgados pelo sistema do Lacen Estadual.
Desde o dia 27 de fevereiro até às 17h dessa quarta-feira, 1º de abril, a Secretaria Municipal de Saúde já notificou o total de 181 casos com suspeita clínica e epidemiológica de infecção pelo Covid-19, dos quais: 1 caso foi confirmado e 73 já foram descartados após análise laboratorial e outros 5 casos descartados por vínculo epidemiológico. Além disso, 66 aguardam resultado de amostras enviadas ao Lacen, em Salvador, e 36 aguardam coleta.
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Subnotificação é um problema para o governo, avaliam infectologistas
O novo coronavírus não para de crescer no Brasil. No entanto, Ministério da Saúde e especialistas apontam que este número deve ser muito maior. Os números da Covid-19 seriam como um iceberg, já que embaixo dos casos notificados estaria a base de pacientes com coronavírus que não foi testada ou sequer apresentou sintomas. A subnotificação pode ser um problema para o governo, que precisa planejar ações de contenção da pandemia.
O vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Alexandre Cunha, explica que quando não é possível calcular quantos casos existem, exatamente, é difícil planejar ações adequadas. “Sem ter esse dado mais correto para saber em que período da epidemia estamos, é impossível planejar as estratégias e saber o quão rígida precisa ser a medida de distanciamento”, pontua o médico.Continua depois da publicidade
Alexandre explica que isso não é um problema apenas do Brasil: “Nenhum país consegue testar toda sua população. Logo, esse subdiagnóstico é bem frequente”. O Ministério da Saúde não estima número de casos subnotificados e se limita a dizer que 86% dos casos de Covid-19 não apresentam sintomas. Logo, nunca será possível contabilizar todos.
“Podemos multiplicar os números que vemos por cinco, dez ou até mesmo 20, sem medo de errar. A maioria dos casos não foi nem testada”, alerta o vice-presidente da Sociedade de Infectologia do DF. (Fonte: Correio Braziliense)