O ex apresentador do programa Roda Viva (TV Cultura), jornalista, escritor e diretor de séries, Paulo Markun, participou na manhã de ontem (22) de uma conferência no Teatro Glauber Rocha, em Conquista, abordando sobre suas expectativas em relação a participação do jornalismo na produção independente audiovisual: “Cada vez mais o jornalismo é audiovisual, seja pela facilidade dos equipamentos ou custo e muito pelo hábito de consumo que se tem hoje em dia. A maior parte do tempo estamos usando celulares, consumindo conteúdo audiovisual e aí entra, inclusive, o jornalismo”, comentou. Para o jornalista. é impossível se pensar apenas em conteúdos impressos no contexto de convergência que estamos vivenciando.
Para Markun, o audiovisual é um caminho cada vez mais possível para os jornalistas: “Costumo dizer que o jornalismo como profissão acabou ou está acabando. Temos empresas de jornalismo em uma crise, os empregos são cada vez mais escassos, salários cada vez mais precários, os jornalistas vivenciam uma jornada de trabalho quem impendem a reportagem, que é a base do jornalismo, e ao mesmo tempo temos faculdades de jornalismo formando cada vez mais pessoas. É uma grande contradição que precisa ser resolvida por aquelas pessoas que estão se formando, buscando encontrar novos caminhos”, ponderou. “A produção independente do audiovisual é um caminho bastante promissor, pois, felizmente, temos algumas leis que facilitam o financiamento desse conteúdo e a gente tem uma demanda de consumo de conteúdo cada vez maior”.
A importância da Mostra Cinema Conquista foi destacada na fala de Markun: “Eventos como a Mostra, que está em sua 12ª edição, são importantes para poder ter esse intercâmbio pra quem está começando na profissão e para aqueles que, como eu, está tirando o time de campo, com alguma experiência para contar. É muito gratificante ter essa possibilidade e eu espero que a Mostra tem um longo futuro pela frente”, concluiu.
Mediada pelo jornalista e dirigente da Associação Baiana de Imprensa (ABI), Ernesto Marques, a conferência trouxe ainda a fala do dirigente acerca do inevitável encontro entre o Jornalismo e Audiovisual. “Esse evento acontece em uma cidade que tem duas tradições muito fortes. Primeiro, o jornalismo combativo, que tem a ver com os primeiros jornais de Conquista, que marcaram a história da imprensa baiana. Depois, estamos na terra de Glauber Rocha, onde tem um curso de Cinema. Este é um encontro inevitável entre o jornalismo e a linguagem audiovisual, seja através de documentários, ou através de peças de ficção muitas vezes com argumentos extraídos de algum fato histórico ou da realidade social no entorno. Pessoas que trabalham nestas áreas tem uma faixa de intersecção muito grande”, comentou.
Créditos das fotos: Rafael Flores