A incidência de picadas de escorpiões cresceu 75% em julho deste ano, em Vitória da Conquista, cidade do sudoeste da Bahia, em relação ao mesmo mês em 2020. Os maiores fatores para o aparecimento dos animais são a questão climática, o desmatamento e a falta de higiene.
O último levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) aponta que o número de pessoas que foram picadas por escorpiões em Vitória da Conquista quase quadriplicou entre janeiro e julho deste ano. Nos 12 meses de 2020, foram registrados 67 casos de envenenamento por picadas de escorpião no município. De janeiro a junho deste ano, já foram mais de 206.
O aumento foi sentido no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC). É a única unidade saúde que aplica o soro antiescorpiônico no município.
De acordo com a farmacêutica do HGVC, Maria José Fontoura, só no último final de semana, foram sete ocorrências, três deles graves. “Dois casos foram em extremos de idades. Isto é, em criança menores de 5 anos. Teve uma criança de 1 ano e outra de 3 anos”, detalhou.
“Tivemos também uma idosa de 91 anos, que também pode ser perigoso. Acima de 60 anos pode correr riscos”, complementou.
Segundo a bióloga Raque Pérez Maluf, o aracnídeo Tityus Surrelatus, conhecido como “escorpião amarelo”, é a espécie mais comum na região.
“Ele tem na região dorsal uma coloração mais escura e normalmente é uma população constituída majoritariamente por fêmeas. Há poucos machos, porque esta é uma espécie que costuma se reproduzir de maneira assexuada”.
A farmacêutica Maria José Fontoura alerta que é importante ficar atento com as reações e procurar atendimento médico nas primeiras 24 horas após a picada.
“Os sintomas variam desde dores locais, tonturas, sudorese, aumento da frequência respiratória, tudo isso tem que ficar atento. A mãe vendo que é uma criança pequena e que foi um escorpião, o melhor é se dirigir o mais rápido possível a um local de atendimento”, orienta. (G1)