De maneira emocionada, a futura ministra de Mulheres, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, detalhou em entrevista ao site Universa, e pela primeira vez, a série de estupros dos quais foi vítima quando era criança. Nas últimas semanas, a pastora evangélica e sergipana teve falas e propostas altamente criticadas –uma delas, envolve uma extemporânea “bolsa estupro”, a ser concedida para mulheres que aceitassem ter o filho, fruto da violação.
No entanto, nesta entrevista, esses assuntos não foram tratados. Damares achou por bem falar do que viveu, primeiro, por motivos psíquicos que só a ela competem. Segundo, porque eles explicam, em parte, sua escolha por dedicar boa parte de sua atuação como advogada na defesa de crianças violentadas e, por último, porque os episódios envolvendo o médium João de Deus trouxeram o assunto novamente à pauta.
Damares revela que foi violentada por dois pastores da igreja que ela e a família frequentavam. Aos 10, ela pensou em se matar e conta que subiu em uma goiabeira com veneno de rato dentro de um saquinho plástico. A explicação do que a fez desistir foi “ter visto Jesus”. “O primeiro abusador foi às vias de fato. Fui estuprada por dois anos. Ele dizia que eu era ‘enxerida’, que a culpa era minha e que, se falasse, meu pai morreria”, diz a futura ministra. O segundo, que a machucou quatro vezes, em uma delas, ejaculou em seu rosto. “Falar sobre isso me dói. Me expor custa demais. Mas entendo que preciso passar a mensagem de que sobrevivi.”
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