A crise no transporte publico na cidade de Vitória da Conquista continua rendendo capítulos. Uma Ação Civil Pública protocolada no Ministério Público da Bahia em 2013, assinada por Arlindo Santos Rebouças, na época vereador de oposição, teve o parecer publicado no dia 07 de abril, de acordo com a informação divulgada pelo jornalista Frarley Nascimento no Blog ‘Bltiz Conquista’. O parecer é o entendimento emitido por um jurista e serve como documento legal para o embasamento de uma decisão judicial.
A denúncia feita na época por Rebouças alega irregularidades no balanço da empresa. No final de 2017, o prefeito Herzem Gusmão reforçou a acusação em coletiva de imprensa dizendo que “a empresa ganhou a licitação no terceiro lote de forma ilegal”. Os advogados da empresa afirmam ter provas da improcedência da denúncia.
A Justiça pode determinar que a Prefeitura de Conquista abra licitação para que outra empresa assuma o lugar da Cidade Verde em 180 dias. Caso isso ocorra, a empresa pode recorrer, mas há indícios de que não o farão, por conta da insatisfação com a atual situação do sistema de transporte público da cidade, que segundo a empresa, causa prejuízos acumulados, decorrentes da falta de fiscalização do transporte clandestino e morosidade na regulamentação das vans .
CARTA ABERTA DA ATUV – No mês passado, uma carta aberta divulgada pela Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Vitória da Conquista – ATUV, que representa tanto a Cidade Verde quanto a Viação Vitória, denunciou a “complacência da administração municipal com o transporte ilegal por vans” e que a Cidade Verde afirmou que “devido aos prejuízos causados pelas vans” seria “inviável a execução do contrato de concessão até seu prazo final por parte da empresa”, aumentando ainda mais a tensão entre o prefeito Herzem e as duas empresas.
Após a repercussão da carta o prefeito Herzem se manifestou através da imprensa local afirmando que ambas empresas “não têm condições de ameaçar e colocar o governo na parede” . Sobre a denúncia de que a quantidade de vans inviabiliza a saúde financeira das empresas o prefeito provocou, “Se precisar eu coloco 200, 300, 400 vans“.
OFÍCIO DO CONSEG – No último dia 12, outra carta detonou de vez a crise no transporte público. Dessa vez a manifestação partiu do Conselho Comunitário de Segurança Pública da Indústria, Comércio e Entidades Afins de Vitória da Conquista – CONSEG, que entregou um Ofício requerendo “atenção imediata das autoridades públicas competentes com relação ao atual momento que o transporte irregular de passageiros tem se expandido pela cidade” e alertando para o surgimento de milícias e para a falta de regulamentação das Vans que de acordo com o Conseg,“facilita a ação de criminosos”.
O prefeito Herzem Gusmão se manifestou através do Blog da Resenha Geral, de sua propriedade. Com o título “Conselho de Segurança demorou mais de 20 anos para reclamar do transporte coletivo“, a postagem rebateu a denúncia do Conseg dizendo que “durante 20 anos o PT quebrou 5 empresas de ônibus em Vitória da Conquista” e que “o transporte clandestino de vans surgiu com força e descontrole no governo passado”.
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