A vacinação infantil contra a Covid-19 continua a passos lentos no Brasil. Vitória da Conquista já vacinou 13.373 crianças entre 05 e 11 anos desde o início da campanha, no dia 18 de janeiro. A quantidade representa 34% do público alvo, que é de 38.870 crianças. Apesar de ser um índice menor do que o esperado, ainda assim é maior que a média nacional.
Até a terça-feira (15), o Brasil tinha apenas 30,7% da população infantil vacinada com ao menos uma dose do imunizante contra a Covid-19. Em Salvador, o indíce é maior, ultrapassando 51% das crianças imunizadas.
Confira os percentuais de imunização infantil (05 – 11 anos) em outras cidades do interior da Bahia
Feira de Santana
Público-alvo: 56.000
Vacinadas: 21.000 (38%)
Barreiras
Público-alvo:17.662
Vacinadas: 5.000 (28%)
Juazeiro
Público-alvo: 24.564
Vacinadas: 3.000 (16%)
Itabuna
Público-alvo: 19.000
Vacinadas: 2.544 (13%)
Para o enfermeiro da Rede de Frios de Itabuna, José Vitor Gomes, o ritmo lento da vacinação infantil na Bahia se dá pelo medo das vacinas, disseminado nas redes sociais através das fake news. “A gente acredita que seja pela descrença dos pais em relação as vacinas. A gente está vendo muitas notícias, fake news, coisas que não são verdadeiras. A partir do momento que estes pais fizerem uma pesquisa sobre as vacinas e verem que realmente ela é segura, eu acredito que a adesão vai ser bem maior”, opina
De acordo com o Jornal Correio Braziliense, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que estaria elaborando ações para incentivar a adesão à campanha. “Para avançar na imunização do público infantil, a Pasta articula ações de incentivo à vacinação, incluindo a veiculação de campanha publicitária na TV, rádio, mídia exterior e internet”, disse a pasta
Mortes podem ser evitadas se acelerar a vacinação
Um estudo feito por pesquisadores de quatro universidades brasileiras concluiu que, se o Brasil completar a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, até o mês de abril, 430 mortes e 5.400 hospitalizações de crianças nessa faixa etária poderão ser evitadas.
A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Observatório da Covid-19.
O documento aponta ainda que prevenir essas internações, pouparia um total R$ 56 milhões. Os pesquisadores afirmam que “a cobertura vacinal em crianças ainda é baixa e o ritmo de vacinação nesta população lento”.
O grupo também averiguou que a vacinação dessas crianças evitaria ainda 3 mil óbitos e cerca de 14 mil hospitalizações por Covid-19 de pessoas de outras faixas etárias. Evitando, assim, o gasto de R$ 90 milhões decorrentes de internações.
Para o pediatra e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, a principal razão que leva o Brasil a ter uma lenta imunização dessa faixa etária é a falta de vacinas, para ampliar o programa de imunização contra a Covid-19.
“Hoje, nós não estamos vacinando porque não temos vacinas, o problema principal é de distribuição de doses. A Coronavac precisa ser distribuída para os estados, a vacina da Pfizer também. A gente observa que onde tem uma vacinação ampla, convocando todo mundo, vamos atingir a cobertura vacinal ideal.”, explica o especialista.
De acordo com dados da Agência CNN, até esta terça-feira (15), apenas 30,7% da população nessa faixa etária recebeu pelo menos uma dose do imunizante contra o coronavírus. O estado brasileiro com a maior cobertura vacinal infantil é São Paulo, com 55,9% das crianças imunizada com a primeira dose. Cenário diferente do Amapá, que vacinou apenas 5,3% da faixa etária de 5 a 11 anos.
O governo de São Paulo anunciou que fará uma busca ativa nas escolas para ampliar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 e a aplicação da segunda dose nos adolescentes. Postos volantes serão montados dentro de escolas públicas e privadas para facilitar a imunização desse público.
A ação, chamada de ‘Semana E’, irá ocorrer entre os dias 19 e 25 e deverá ser organizada pelas secretarias municipais de saúde.
Com informações da Rede Bahia, G1, Metro 1 e CNN