Vigilância Sanitária aponta irregularidades em evento do CETEP que terminou com 32 pessoas internadas
Uma provável intoxicação alimentar em um evento estudantil no campus da UESB, na terça-feira (17), no município de Vitória da Conquista, repercutiu em toda a Bahia. Cerca de 32 pessoas foram internadas após passarem mal com a comida servida no evento.
A Vigilância Sanitária (Visa) municipal de Vitória da Conquista disse em nota que a organização do evento “Seminários Territoriais da Educação Profissional e Tecnologia”, promovido pelo Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep), não solicitou ao órgão, a Fiscalização Integrada Preventiva (FIP), que deve ser feita antes de qualquer evento com participação de público.
O trâmite padrão e correto é protocolar ofício informando a realização do evento à Secretaria de Serviços Públicos, à Vigilância Sanitária municipal, ao Corpo de Bombeiros e ao Crea-BA. “Existe uma cartilha e assim que o organizador do evento dá entrada nesse processo, ele precisa apresentar uma série de documentos, informações de todos os expositores de alimentos, com alvarás, exame Asos, curso de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, contrato com ambulância e brigadistas no local. Em seguida, geramos um protocolo de entrada para a realização da FPI, trâmite de todo evento”, explicou Maico Mares, coordenador da Visa.
Na última quarta-feira (18), a Vigilância Sanitária foi acionada pela coordenação de Vigilância Nutricional para averiguar a situação ocorrida no evento, mesma ocasião em que a UPA havia notificado 32 atendimentos de pessoas com sintomas de intoxicação alimentar, relatando ter consumido alimentos no referido evento.
A equipe de Vigilância foi até o local para fazer a inspeção, mas já não havia degustação de alimentos que pudessem ser coletados para análise, pois todos tinham sido descartados, e constatou a ausência da FPI. Tanto o local, que possuía quatro pontos de alimentação, bem como a empresa contratada para o buffet, apresentavam irregularidades sanitárias.
Outro agravante foi a exposição de alimentos em 156 estandes, que de acordo com investigação da equipe, foram produzidos em outras cidades e em residências, depois transportados até o local.
Como os dados fornecidos pelas notificações do Sistema de Notificação Nacional (Sinan) não especificaram quais tipos de alimentos foram consumidos, bem como a impossibilidade de coletá-los e por haver diversos pontos de alimentação no evento, a Vigilância não conseguiu esclarecer em qual ponto dos serviços ocorreu o foco de intoxicações.
A Visa encaminhou relatório técnico à instituição, que também foi notificada.
A Secretaria de Educação da Bahia não apontou irregularidades. A previsão é que o relatório da Prefeitura de Conquista seja divulgado nesta quinta-feira (19).